02 de Dezembro de 2024
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ARTIGOS/UNICANEWS Domingo, 11 de Dezembro de 2016, 10:48 - A | A

11 de Dezembro de 2016, 10h:48 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / ONOFRE RIBEIRO

As ilhas de Mato Grosso



            Quando cheguei a Mato Grosso, em 1976, tínhamos algumas poucas ilhas culturais. Eram formadas por diferentes ondas de migração e de ocupação do solo. A primeira, a cuiabania, a cultura original. Pegava da baixada cuiabana até Cáceres.  Depois a região de Rondonópolis até Alto Araguaia, o Sul e o Leste do estado até Barra do Garças. Dali pra cima, era outra onda, de migrantes vindos do nordeste pra abrir a região aos grandes investimentos estimulados pelo governo federal com incentivos fiscais na década de 1960.

            Na região de Cáceres a ocupação de regiões novas como Mirassol do Oeste e os 14 municípios atuais. O médio Norte com Juara. O mais quase não existia. Eram, portanto, cinco macro regiões. Eram ilhas culturais muito diversas entre si. Hoje esses cinco evoluíram pra 16 mesoregiões culturalmente diversas entre. Convivem dentro do mesmo Mato Grosso: 1- o Vale do Rio Cuiabá; Rondonópolis e região; 3- Alto Araguaia e região; 4- Barra do Garças e região; 5 - Nova Xavantina até Porto Alegre do Norte; 6- São Feliz do Araguaia até a divisa do Pará; 7- Cáceres e região; 8- Juara e região; 9- Juína e região; 10- Alta Floresta e região; 11- Matupá e região; 12- Sinop e região; 13- Sorriso, Lucas do Rio Verde e região; 14 – Paranatinga e região; 15 – Primavera do Leste e região; 16 – Cotriguaçu e região.

            Cada uma dessas regiões teve tempo diferente de ocupação, de colonização, de migrações e de formação humana. Pensa diferente de quaisquer outras, embora convivendo dentro do mesmo enorme território de 906 mil km2. Cuiabá representa uma forte área de identidade geral, na medida em que como capital atrai jovens das regiões e aqui eles estabelecem algum tipo de identidade. Tira-se os do Leste, que preferem ligar-se a Goiânia. Mas o pensamento já foi influenciado por gaúchos, por exemplo, de várias regiões do Rio Grande do Sul. Uns com influência italiana, outros alemães em regiões diversas de Mato Grosso. Ou de Santa Catarina. Ou do Paraná, em maioria, que subiram do Rio Grande do Sul lá pelos anos 1950 buscando novas terras pros filhos de imigrantes europeus.

            Fora mineiros, goianos, nordestinos e gente de todas as regiões nos anos recente. Lá atrás, no tempos dos garimpos a partir dos anos 1930, os cearenses, baianos e maranhenses que criaram forte cultura no Leste de Mato Grosso.

            Todo o viver dessas 16 regiões não tem um ponto de contato em comum. Levará gerações até que as ilhas se aproximem e tenhamos uma cultura básica, na medida do possível. Porém, nenhum outro estado brasileiro tem tanta diversidade regional, cultural e humana. Abrem-se perspectivas pra um futuro muito motivador. Humanista e espiritualmente mais equilibrado dentro do país.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

[email protected]m.br   www.onofreribeiro.com.br

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