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O impeachment da presidente Dilma Rousseff não é isolado no panorama mundial. A queda representa a queda da esquerda no Brasil, no momento em que a esquerda sofre derrotas sucessivas no mundo. A direita, que já teve seus espaços e perdeu, retoma-os. Não mais a mesma direita antiga. Mas uma direita renovada em face da nova cara da economia, da política e das sociedades mundiais. É o passo seguinte à globalização. Na globalização, com toda sãs suas injustiças econômicas, as esquerdas cresceram no mundo.
Porém, a nova economia mundial, decorrente principalmente das novas tecnologias, pôde redesenhar a sua cara. A esquerda prometia inclusões sociais, pleno emprego e justiça social. Não conseguiu porque a tese era romântica e utópica demais pra ser prática num mundo tão complexo. Mas não desenhou o socialismo como uma forma de governo, mas como uma tese de governo ideal. Porém, a transição depois da segunda guerra abriu espaços mundiais para profundos questionamentos. O socialismo, fora da União Soviética, teve altos e baixos. Uma tese romântica.
Do fim da globalização nos anos 1990 até hoje foi o laboratório das esquerdas no mundo. Tempo de efervescência esquerdista no Brasil. Pegando carona na onda positiva do crescimento global e na estabilização monetária brasileira, a esquerda governou até chegar ao fundo do cofre. Depois não tinha planos efetivos pro futuro. Nem pra si mesma! Lula, presidente do Brasil, surfou na promissora onda mundial e naufragou quando a onda acabou na crise financeira e econômica de 2008.
Dilma Rousseff cai no momento em que caem as esquerdas européias e nos Estados Unidos a direita mais dura se consolida. Em cima de que? O social da esquerda não produziu avanços permanentes, fora experiências casuais de sucesso. A direita se reorganizou e aproveitou o surfe das novas tecnologias e remoçou. No futuro próximo, a direita terá a missão de gerar uma economia sustentável no social e no econômico. A esquerda terá o tempo pra se reinventar e recriar sua própria onda.
Com Dilma, morrem os sonhos acadêmicos de um social que exauriu o Estado sem produzir mais do que laboratórios pra teses sem começo, meio e fim. Teve méritos, mas não teve lógica! O que virá agora será a construção de outros sonhos e de outras utopias.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso. E-mail: [email protected] www.onofreribeiro.com.br
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