
Durante os oito anos de FHC o PMDB era seu sócio majoritário. Na divisão do bolo administrativo tinha vários ministérios e acabou indicando a candidata a vice na chapa derrotada de José Serra. Tão logo Lula foi eleito para presidente, o PMDB comandado por Michel Temer bandeou-se para o lado do lulo-petismo e acabou, com seu fisiologismo de sempre, novamente, abocanhando vários ministérios e diretorias de grandes estatais, inclusive na Petrobras, tornando-se sócio e parceiro na corrupção e bandalheiras que marcaram os governos Lula e Dilma.
Prestes a se findar o Governo Lula, apesar de que quase a metade do partido ter se oposto ‘a continuidade daquela aliança, os caciques do PMDB, tendo ‘a frente Michel Temer, seu Presidente, acabaram decidindo pela continuidade desta maquiavélica parceria, indicando nada menos do que Temer para ser vice na chapa de Dilma. Durante a primeira gestão do PT, além do vice presidente, o PMDB recebeu, no leilão partidário, novamente vários ministérios, cargos nas diretorias de estatais e de segundo escalão.
Quando da reeleição de Dilma, coube ao PMDB, pelo menos a parcela do partido comandada pelos seus caciques, boa parte atualmente investigados pelo STF quanto a denúncias de corrupção, dar apoio decisivo para que Dilma viesse a ser reeleita e continuasse com um governo medíocre, incompetente e eivado de corrupção.
A chapa Dilma/Temer , por determinação do TSE, continua sendo investigada pelo uso de caixa dois, alimentado por recursos fruto da corrupção na PETROBRAS e outros setores da administração pública. Portanto Dilma/Temer, PT/PMDB são irmãos Siameses da crise econômica, fiscal, financeira, orçamentária, social, ética e moral. Não tem como desvincular Temer do que aconteceu durante os oito anos do governo Lula e cinco e meio do Governo Dilma. É difícil acreditar como alguém que foi deputado por vários mandatos, chegou a presidir a Câmara Federal, foi presidente do maior partido que é o PMDB , que indicou ministros e gestores de alto escalão, foi vice presidente, chegando a assumir a presidência por algumas vezes, não tinha voz ou não sabia do que acontecia no governo, principalmente em seus porões.
Decorridos quase seis meses desde que Dilma foi afastada temporariamente e pouco mais de um mês que sofreu o impeachment, a pesquisa CNI/IBOPE que periodicamente avalia o quadro político e administrativo do Brasil, traz dados, uma verdadeira radiografia do governo Temer e como a população brasileira avalia as perspectivas deste mandato tampão, enfim, qual o futuro que o povo percebe em relação ao governo Temer.
Pelos números desta pesquisa podemos dizer que o governo Temer pouco difere, em termos de percepção da população, do governo Dilma, pois continua com uma imagem extremamente negativa atual e futura, ou seja, medíocre, incompetente e impopular.
Em todos os quesitos/perguntas da pesquisa, a avaliação negativa (RUIM/PÉSSIMO) supera mais do que em dobro a avaliação positiva (BOM/ÓTIMO). No total 39% consideram o governo Temer ruim e péssimo e apenas 14% bom/ótimo. Essa avaliação se repete tanto entre homens e mulheres, quanto pelas regiões do país, em todos os níveis educacionais, de renda e para todos as áreas/setores da administração ou problemas que afetam a população como taxas de juros, segurança pública, saúde, educação, meio ambiente, combate ‘a inflação, combate ‘a pobreza e saúde.
Apenas 21% da população entre 16 e 24 anos confia no Presidente enquanto 75% não confiam em Temer e seu governo, quase o mesmo percentual para a população entre 25 34 anos, respectivamente 23% e 71% e também na população entre 35 e 44 anos, ou seja, a maioria do povo tem uma avaliação negativa do atual governo, que, apesar disso continua indicando pessoas investigadas e suspeitas de corrupção para o primeiro e segundo escalão de seu governo.
As eleições municipais do último domingo, 02 de outubro, apesar de que ainda vai ocorrer segundo turno no final deste mês, indicam que o grande derrotado foi o PT que perdeu 10,6 milhões de votos para prefeito , 374 prefeituras e 2.272 vereadores.
O segundo partido mais derrotado foi o PMDB, indicando que a aliança mantida com o PT durante mais de 13 anos o associa indelevelmente a tudo de ruim que aconteceu neste nefasto período. O partido do Presidente Temer perdeu 2.130 milhões de votos, elegeu apenas 13 prefeitos a mais do que em 2012 e perdeu 274 vereadores e ficou ausente da maioria das grandes cidades/municípios.
Para manter uma maioria no Congresso o atual governo usa dos mesmos expedientes, jantares requintados com parlamentares e dirigentes partidários ‘as custas do dinheiro do contribuinte, entrega de cargos de primeiro e segundo escalão, programas assistencialistas e falta de definição quanto aos desafios que afundaram o Brasil.
Este assunto merece ser analisando de forma mais profunda e ao longo dos próximos meses.
Juacy da Silva, professor aposentado da UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites e blogs. Email [email protected] Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com
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