Metrópoles
O município de São Paulo enfrenta um surto de hepatite A, principalmente entre homens gays e bissexuais. Para controlar a doença na capital, a prefeitura liberou a vacinação para usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, medicamento usado para prevenção do vírus que pode evoluir para aids, e também para homens que fazem sexo com homens. No entanto, o risco existe para qualquer pessoa que pratique sexo anal ou oroanal.
O infectologista Rico Vasconcelos, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), explica que algumas práticas sexuais podem fazer com que a partícula viral infectante, que é eliminada pelo ânus, chegue à boca da pessoa que vai ser infectada.
“Um exemplo clássico é a prática do sexo oral, aquele famoso beijo grego, como popularmente é chamado, mas não só. Sexo oral já gera mais chance de ter contato com a partícula viral infectante que está sendo eliminada a partir de uma pessoa que está doente”, elucida. “Uma vez que uma pessoa, antes de ficar com sintomas — com olho amarelo, alteração nas fezes, inapetente, doente mesmo — já pode estar infectada eliminando partícula viral”, completa o médico.
Contudo, vale destacar que a hepatite A não pode ser definida como uma “doença de homem gay”. “Cada grupo populacional está para hepatite A, a depender do contexto de vida e práticas que a pessoa vive. Uma pessoa que mora em uma cidade que não tem saneamento básico também está mais vulnerável, e ela também deveria ser vacinada”, alerta o especialista.
Entre janeiro e 15 de maio de 2025, foram registrados 353 casos de hepatite A na capital paulista, com três mortes, de acordo com o Boletim Epidemiológico da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). Há um predomínio da doença em homens (71,7%) e na faixa etária de 18 a 39 anos (67,5%). Ao longo de todo o ano passado, houve 618 casos e um óbito.
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