Keka Werneck
Única News
Faz cinco anos que as grávidas de Mato Grosso e do Brasil começaram a conviver com um medo: contrair o zika vírus e ter um bebê com microcefalia. Foi em 2015 que a doença ganhou maiores proporções e, em novembro daquele ano, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre a infecção e a ocorrência da anormalidade congênita.
Silvia Almeida, de Cuiabá, não sabia muito bem de nada disso e, grávida de Alice, sua segunda filha, adoeceu. Quando a menina nasceu, logo veio o diagnóstico.
Passados esses anos, Alice completou 5 anos dia 6 de março e, nesta quarta-feira (31), Silvia fez lindo relato no Facebook, comemorando o aniversário da menina e afirmando que, apesar das dificuldades que ela enfrenta, está sempre sorrindo.
“Não sou guerreira (como muitos me chamam), para mim guerreira é Alice que já passou por tantas coisas desde o nascimento. Já nasceu guerreira, pois já nasceu lutando!”, postou a mãe.
Os primeiros meses
A mãe relata que, ao nascer, a criança precisou de várias internações e chegou a ficar em coma por um mês, intubada. “A primeira coisa que ela fez (ao acordar) foi olhar pra mim e sorrir, e acreditem: ela estava intubada e mesmo assim sorriu! Quando acordou da cirurgia de gastro, ela também acordou sorrindo e isso só me faz ser grata e me mostra o quão pequenos nós somos por reclamarmos o tempo todo”.
Para Silvia, ser mãe de Alice é uma missão, um “ser pequeno, mas ao mesmo tempo tão grande e forte”.
Silvia explica que microcefalia não é uma doença e sim uma patologia, que deixa sequelas, tais como epilepsia, bronco-aspiração, além das limitações. Mas, na opinião da mãe, mesmo assim é possível ser feliz.
Para ela, o pior é a discriminação. Porém, “o amor é maior do que qualquer deficiência e supera tudo inclusive um fantasma horrível, o fantasma do preconceito”.
Diz que não aceita tratar ou tratarem a filha como “tadinha/coitada” e dói ver os olhares para ela na cadeira de rodas.
Aos que não sabem o que é ter um filho especial, Silvia diz que é aquele que nos faz pessoas melhores.
O zika
O zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da Chikungunya, e foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015.
O vírus zika recebeu a mesma denominação do local de origem de sua identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda, na África.
Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. Mas nas grávidas causa, no feto, microcefalia, que é a patologia da Alice.
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