Ari Miranda
Única News
O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, não poupou críticas à diretoria do Corinthians e a atual situação financeira do clube paulista, ao qual o dirigente esportivo do Dourado acusou de “golpistas”, durante entrevista ao programa "Concentração", da Rádio Bandeirantes neste domingo (13).
Ao jornalista Alexandre Praetzel, o dirigente do Dourado classificou como “ridícula” a atitude da diretoria do Timão, que segundo ele, está dando um golpe no futebol brasileiro", condenando as recentes contratações do Corinthians mesmo em meio a dívidas com outros clubes – entre eles, o Cuiabá.
“A situação do Corinthians é ridícula, né? O Corinthians está dando um golpe no futebol brasileiro. (...) Porque o Corinthians não está pagando ninguém e está contratando jogadores, pagando R$ 4 milhões por mês por um jogador estrangeiro e não consegue pagar o Cuiabá”, avaliou Cristiano.
Além disso, o cartola sugeriu à Confederação Brasileira de Futebol regras mais rígidas para evitar a inadimplência entre os clubes do país, com a adoção de uma regra especial para punir os “caloteiros”.
“Eu acho que precisa criar uma regra em que o jogador só pode entrar em campo se ‘tiver’ quitado, se a parcela estiver em dia! Se o jogador tirasse o jogador ‘X’ foi comprado do time ‘Y’ e a parcela está atrasada ou não está pago, ou alguma coisa assim, não pode jogar, o time não pode escalar. Você tem um clube aqui, está disputando para permanecer na serie A junto com o Cuiabá, que todo dia sai uma notícia que a conta foi bloqueada, que tem problema com patrocinador e que está contratando jogadores de seleções”, apontou.
A revolta do dirigente se deve ao “calote” de quase R$ 12 milhões que o Corinthians deu no Cuiabá no início deste ano, na compra do atacante Raniele.
Conforme noticiado pelo Única News em agosto, pelo contrato firmado no fim de 2023, o Corinthians se comprometeu a pagar a compra de Raniele em quatro prestações, sendo uma entrada de 800 mil euros (pouco mais de R$ 4,8 milhões, paga em janeiro); duas de 400 mil euros, uma no dia 1º de agosto e outra até 30 de novembro; e, por fim, uma de 900 mil euros em julho de 2025 (mais de R$ 5,4 milhões), totalizando pouco mais de R$ 15 milhões. Contudo, o pagamento de agosto segue em atraso.
Segundo o presidente do Dourado à época, a quebra de contrato pelo Corintians já era esperada no ato da negociação. Por causa disso, para se prevenirem de um prejuízo maior, o Cuiabá decidiu colocar uma cláusula especial no contrato.
“A prestação de janeiro foi paga dias antes do início do Campeonato Paulista, porque senão o Cuiabá não liberaria o registro no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF. Infelizmente, a gente já previa que teria problemas com o Corinthians, até por isso colocamos uma cláusula com multa de 30% do valor total se houvesse atraso, além da antecipação de todas as parcelas a vencer”, afirmou Desch à época
Atualmente, Corinthians e Cuiabá ocupam vaga no Z-4, a zona de rebaixamento da série A do Brasileirão, ambos em 18º e 19º lugar da tabela, com 29 e 26 pontos, respectivamente; junto com as equipes do Vitória (BA) e o “lanterna absoluto” e matematicamente rebaixado Atlético (GO).
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