Daffiny Delgado

O Ministério Público Estadual (MPE) passou a investigar, o segundo caso de tortura cometido pela tenente Izadora Ledur. Desta vez, o caso é do ex-aluno Maurício Santos, que participou do 15º curso de Formação do Corpo de Bombeiros, no ano de 2015.
O Inquérito Policial (IP) está nas mãos da juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane de Arruda, desde outubro. O MPE passou a investigar as possíveis práticas de tortura após o ex-bombeiro acionar a Justiça.
A vítima já prestou seu primeiro depoimento ao delegado Juliano Silva de Carvalho, na sede da Gerência Estadual de Polinter, no dia 11.
“Eu estive em Cuiabá no início do mês para prestar depoimento. Eu relembrei tudo que sofri nas mãos daquela tenente ”, disse Mauricio, ao Site Única News.
Maurício contou que teve uma corda amarrada em seu pescoço e foi afogado até desmaiar, pela tenente. "Eu apresentei dificuldades nas provas aquáticas, no penúltimo exercício aplicado pela tenente Ledur. Recebi ajuda de meus colegas de pelotão, na travessia da lagoa, mas quando estava no meio, ela me chamou pra perto dela, e pegou a corda da boia que eu estava, enrolou em meu pescoço e braços e começou a me empurrar para de baixo da água até eu desmaiar”, relatou.
Este é o segundo caso de práticas de tortura cometido por Ledur, nos cursos de formação do Corpo de Bombeiros que vai parar na Justiça. O primeiro, levou a morte do ex-bombeiro Rodrigo Claro, de 21 anos, em novembro do ano passado. Ele passou mal durante o treinamento de atividades aquáticas em ambiente natural do 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso, realizado na Lagoa Trevisan.
Em ambos os casos, a tenente Ledur, se condenada poderá pegar 14 anos de prisão. Essa pena ainda pode ser aumentada de um sexto até um terço. E, claro, a condenação exige a perda do cargo público e a interdição para seu exercício, pelo dobro do prazo da pena a ser aplicada para a denunciada.
O ex-bombeiro falou com exclusividade ao Única News, sobre a dificuldade que tem sido sua vida, após ser obrigado a desistir do seu sonho de ser bombeiro, por medo de ser morto pela tenente. “Eu fiquei nove meses lá, mas quando vi que eu ia morrer nas mãos dela se continuasse, desisti. Isso acabou com meu sonho, eu precisei fazer tratamento psicológico, entrei em depressão. Eu fico pensando até hoje sobre isso tudo e vejo os meus colegas que passaram e eu aqui, cheio de dívidas e sem emprego fixo. Ela destruiu o sonho de duas famílias, a minha sorte é que eu ainda sai com vida, mas o Rodrigo morreu", lamentou.
Caso Rodrigo Claro
No caso de Rodrigo, o MPE aponta que apesar das dificuldades apresentadas pelo jovem nas atividades aquáticas – além da tenente Ledur, ainda estão envolvidos os militares Marcelo Augusto Revéles Carvalho, Thales Emmanuel da Silva Pereira, Diones Nunes Sirqueira, Francisco Alves de Barros e Eneas de Oliveira Xavier -, no crime de tortura seguida de morte. Pois não só ignoraram a situação como utilizaram-se de métodos totalmente reprováveis, para “castigar” os alunos do curso que estavam sob sua guarda.
“Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso com diversas ofensas e xingamentos humilhantes à vítima menoscabando sua condição de aluno”, diz um trecho da denúncia.
A primeira audiência sobre o caso de Rodrigo, foi marcada para o dia 26 de janeiro. O caso está nas mãos do juiz Marcos Faleiros da Silva, da Sétima Vara Criminal.
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