Por Giovana Feix
Para vários foliões Brasil afora, quase não há graça em pular carnaval sem abusar de uma boa dose de glitter. Poucos se atentam, no entanto, para a procedência desse tipo de produto, aplicado diretamente na pele. Infelizmente, se não houver cuidados específicos, o material pode, sim, trazer complicações.
Com isso em mente, SAÚDE reuniu orientações de dermatologistas e oftalmologistas sobre a purpurina. Porque curtir a folia com brilho só é bom quando ninguém sai machucado, não é mesmo?
Glitter na pele
“Uma maquiagem, seja qual for, só é indicada quando passa por inspeção da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e contém matérias-primas adequadas para a pele”, alerta, em comunicado à imprensa, a dermatologista Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
É importante, portanto, observar se a marca do produto foi submetida a testes de controle de qualidade. De quebra, isso afasta alergias e contaminação.
Se mesmo assim você manifestar alguma irritação causada pelo glitter na pele, a doutora sugere que o rosto seja lavado imediatamente com água fria – uma compressa de água gelada funciona também. Já os hidratantes são contraindicados nesse tipo de situação.
“Outra dica legal é testar a maquiagem uma semana antes”, diz Denise. “Coloque na parte interna do punho e deixe por algumas horas para ver como sua pele reage”, ensina.
E lembre-se: não é recomendado compartilhar o glitter (nem qualquer maquiagem) com os amigos. “O risco de contaminação é alto e pode levar a conjuntivite e herpes”, ressalta Denisa. Melhor tomar cuidado.
Glitter nos olhos
É justamente ao redor dos globos oculares que os foliões mais costumam usar a purpurina – e é também onde a atenção deve ser redobrada. Ora, a própria pálpebra é mais sensível que a pele do rosto.
Deve-se prestar atenção, acima de tudo, para que o produto não entre em contato direto com os olhos. “Uma lesão na córnea, mesmo que pequena, pode provocar dor e vermelhidão”, observa Newton Kara Jose Junior, oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em uma nota à imprensa. “Isso pode evoluir para infecções como conjuntivite e úlcera de córnea”.
Para a especialista em Plástica Ocular e Vias Lacrimais do Hospital CEMA, Rita de Cássia Lima Obeid, evitar o excesso de produto na região é chave, junto com a limpeza adequada. “Fazer uma boa higiene com produtos apropriados e sempre retirar a maquiagem são algumas medidas a serem adotadas por quem vai curtir o carnaval”, relata, em comunicado. Para tirar o excesso, ela sugere o uso de um demaquilante cremoso e mesmo de um pouco de condicionador.
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