Do G1, em São Paulo
Depois de cinco meses seguidos de resultados positivos, a produção da indústria brasileira recuou 3,8% em agosto em comparação com o mês anterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa foi a maior queda desde janeiro de 2012, considerando essa base de comparação.
Em relação a um ano atrás, a atividade fabril recuou 5,2% em agosto e registrou a baixa menos intensa desde junho de 2015. No ano, de janeiro a agosto, a indústria acumula queda de 8,2% e, em 12 meses, de 9,3%. No caso da taxa anual, o ritmo de perda teve uma queda ligeira, já que em junho foi de -9,8% e em julho de -9,6%.
"O setor industrial, em agosto de 2016, volta a mostrar um quadro de menor ritmo produtivo, com perfil disseminado de taxas negativas. Com o resultado desse mês, o total da indústria encontra-se 21,3% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013", disse o IBGE nesta terça-feira (4) por meio de nota.
Setores na comparação mensal
Na passagem de julho para agosto, houve queda da produção em três das quatro grandes categorias econômicas e em 21 dos 24 ramos pesquisados.
As principais influências negativas, segundo o IBGE, foram nos produtos alimentícios (-8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,4%). Outras contribuições negativas importantes vieram de indústrias extrativas (-1,8%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,9%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-2,8%), de produtos de minerais não-metálicos (-5,1%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,9%), de metalurgia (-1,7%), de máquinas e equipamentos (-1,6%) e de produtos de borracha e de material plástico (-1,9%).
Por outro lado, produtos farmoquímicos e farmacêuticos tiveram alta na produção de 8,3%. Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (-9,3%) e bens intermediários (-4,3%) mostraram as reduções mais acentuadas em agosto.
Acumulado do ano
De janeiro a agosto, a queda atingiu as quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 26 ramos, 64 dos 79 grupos e 72,4% dos 805 produtos pesquisados. As atividades que exerceram a maior influência negativa foram indústrias extrativas (-13,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-18,8%), pressionadas, em grande parte, pelos itens minérios de ferro, na primeira; e automóveis, caminhões e autopeças, na segunda.
Entre as quatro atividades que ampliaram a produção nos oito meses de 2016, a principal influência foi observada em produtos alimentícios (1,7%), impulsionada, em grande parte, pelo avanço na fabricação de açúcar cristal e VHP.
Entre as grandes categorias econômicas, o menor dinamismo foi em bens de consumo duráveis (-20,2%) e bens de capital (-15,9%), pressionados especialmente pela redução na fabricação de automóveis (-20,7%) e de eletrodomésticos (-20,1%), no primeiro; e de bens de capital para equipamentos de transporte (-16,5%), no segundo.
23 dias úteis
Na comparação com agosto de 2015, o resultado negativo atingiu três das quatro grandes categorias econômicas e 18 dos 26 ramos. O IBGE lembrou que agosto de 2016 teve 23 dias úteis, dois a mais do que em agosto de 2015. Entre as atividades, indústrias extrativas (-11,7%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,5%) exerceram as maiores influências negativas pressionadas, em grande parte, pelos itens minérios de ferro, na primeira; e óleos combustíveis, óleo diesel, álcool etílico e naftas para petroquímica, na última.
Bens de consumo duráveis (-12,4%) e bens intermediários (-6,9%) assinalaram as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas.
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