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Da Redação
O governador Mauro Mendes (União), defendeu nesta quarta-feira (2) no XIII Fórum de Lisboa que o estado desempenha um papel crucial na garantia da paz mundial devido à sua vasta produção de alimentos.
A declaração foi feita durante o painel "Agronegócio e segurança alimentar global: desafios para cooperação", para uma plateia composta por juristas, políticos e empresários do Brasil, Portugal e outros países europeus.
"Produzir alimentos, garantir esta tranquilidade na segurança alimentar é uma forma de garantir a própria paz do planeta", afirmou. O governador traçou um paralelo histórico, lembrando que "há milhares de anos, além de uma visão expansionista de alguns impérios, de algumas civilizações, a briga por alimentos sempre movimentou guerras e atrocidades dentro da história da humanidade. Então hoje a paz mundial está diretamente ligada a essa questão".
Potencial de expansão e desafios
Segundo o governador, o Brasil, e Mato Grosso em particular, é uma das poucas regiões no mundo com capacidade de dobrar a produção de alimentos sem comprometer a preservação ambiental. Essa capacidade é vital para atender ao crescente aumento da demanda global por alimentos.
Mendes enfatizou o bom posicionamento do estado e a necessidade de aprimorar a infraestrutura para escoar a produção. "Nosso estado está muito bem posicionado. Nós temos que adotar cada vez mais medidas [para] melhorar a logística do estado de Mato Grosso, para melhorar a competitividade e escoar a produção, e é isso que o governo está fazendo", disse.
Ele citou o que considera o programa de infraestrutura mais relevante do Brasil, com mil quilômetros de rodovias sendo asfaltados por ano, um ritmo que "nenhum estado brasileiro chega próximo disso".
"Hipocrisia" e burocracia
No entanto, Mauro Mendes também criticou a "hipocrisia" e a burocracia que, segundo ele, travam o desenvolvimento econômico do Brasil. Como exemplo, o governador mencionou o caso da mina de Autazes, no Amazonas, que poderia suprir 50% da demanda de fertilizantes de Mato Grosso, mas esperou por 15 anos por uma licença ambiental.
"Isso não é sério. Nenhum país do mundo trata desta forma uma atividade econômica tão importante como é o agronegócio, tendo a oportunidade de diminuir uma das suas principais vulnerabilidades e demorar 15 anos para fazer um licenciamento ambiental", desabafou.
Ele concluiu que "Não dá para sermos um país de primeiro mundo enquanto o Poder Público, as leis que nós temos, os marcos legais, permitirem que coisas tão importantes sejam tratadas com tamanha irrelevância".
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