Ari Miranda
Única News
Em decisão publicada nessa segunda-feira (26), o juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 1ª Vara Criminal de Sinop (500 Km de Cuiabá), manteve a prisão preventiva do assassino Edgar Ricardo de Oliveira, um dos atiradores da chacina que resultou na morte de sete pessoas em um bar da cidade, em 21 de fevereiro do ano passado.
O juiz reavaliou a prisão preventiva do criminoso a pedido da Corregedoria de Justiça de Mato Grosso, que determina a reanálise do decreto preventivo a cada 90 dias para evitar a nulidade do processo.
Na decisão, o juiz entendeu que a manutenção da prisão de Edgar ainda é necessária para garantia da ordem pública, destacando a “periculosidade” do réu.
"Não há se falar em excesso de prazo na formação da culpa, diante do teor da súmula 21 do STJ, bem como a conclusão da instrução está prevista para a data próxima, ocasião em que se realizará a Sessão de Julgamento dos acusados pelo Tribunal do Júri desta Comarca, valendo ressaltar que a configuração do excesso de prazo constitui medida excepcional que somente pode ser concedida nos casos em que a demora decorra exclusivamente de diligências suscitadas pela acusação, ou ainda, da inércia do próprio Poder Judiciário, em obediência ao princípio da razoável duração do processo, o que não é o caso dos autos", destacou o juiz.
“Assim, considerando que não se vislumbra qualquer alteração fática-jurídica favorável ao acusado, após a decisão que decretou a segregação cautelar, bem como ante a inexistência de excesso de prazo no trâmite do presente feito, mantenho a prisão preventiva do acusado Edgar Ricardo de Oliveira”, determinou.
Edgar está preso no Raio 8, ala de isolamento da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. O criminoso responde por sete homicídios, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, perigo comum, recurso que dificultou a defesa das vítimas, vítima menor de 14 anos, concurso de pessoas, emprego de arma de fogo e concurso material.
O criminoso será submetido a júri popular, que ocorrerá a partir das 8h30 do dia 15 de outubro deste ano.
BANHO DE SANGUE
Edgar e seu comparsa, Ezequias de Souza Ribeiro (27), cometeram a barbárie na tarde de 21 de fevereiro de 2023, um feriado de Carnaval, após perderem R$ 4 mil em apostas de sinuca, no Bruno Snooker Bar, localizado no bairro Jardim Lisboa, em Sinop.
Câmeras de segurança registraram a barbárie, que resultou nas mortes de sete pessoas - entre elas, o dono do estabelecimento, Maciel Bruno de Andrade Costa (35) e uma garota de apenas 12 anos.
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Revoltados com as derrotas seguidas, Edgar e Ezequias saíram do bar e voltaram pouco tempo depois, armados.
Enquanto Ezequias, armado com uma pistola, rende as vítimas e as deixa acuadas em um canto do bar, Edgar pega uma espingarda calibre 12 no banco de trás da caminhonete Chevrolet S-10 em que eles estavam e efetua seis tiros à queima-roupa contra as vítimas.
Após o caso vir à tona, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) criou uma força-tarefa para intensificar as buscas aos dois suspeitos da chacina. Ezequias resistiu à prisão e morreu durante troca de tiros com equipes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) em uma área rural a 15 Km de Sinop.
Já Edgar se entregou dois dias depois, na presença da imprensa e acompanhado de seu ex-advogado Marcos Vinicius Borges, conhecido nas redes sociais como “Advogado Ostentação”, que renunciou a defesa de Edgar em 3 de junho deste ano.
(Foto: Reprodução/Montagem)
Vítimas da tragédia.
VÍTIMAS
- Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, 36 anos;
- Larissa Frasão de Almeida, 12 anos - Filha de Getúlio e Raquel Gomes de Almeida, que sobreviveu à chacina;
- Orisberto Pereira Sousa, 38 anos;
- Adriano Balbinote, 46 anos;
- Josué Ramos Tenório, 48 anos;
- Maciel Bruno de Andrade Costa, 35 anos, dono do bar;
- Eliseu Santos da Silva, 47 anos.
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