03 de Dezembro de 2024
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JUDICIÁRIO Segunda-feira, 04 de Novembro de 2024, 12:12 - A | A

04 de Novembro de 2024, 12h:12 - A | A

JUDICIÁRIO / ALVO DE OPERAÇÃO

Juiz mantém prisão de “Cleópatra” que comandava esquema de pirâmide e deu golpe de R$ 2,5 milhões

Euziany Teodoro
Única News



O juiz da Comarca de Sinop, Mirko Vincenzo Giannotte, converteu a prisão em flagrante para preventiva e manteve na cadeia a empresária Taiza Tosatt, acusada de comandar um esquema de pirâmide que aplicou um golpe de R$ 2,5 milhões em Cuiabá e outras cidades de Mato Grosso e São Paulo.

Ela foi alvo da Operação Cleópatra, na última quinta-feira (31), apontada como líder do esquema criminoso e que se apresentava como especialista em investimentos. Aliados a ela, foram alvos o médico Diego Rodrigues Flores e o ex-policial federal Ricardo Ratola, ex-marido de Taiza. Os investigados respondem por crime contra a economia popular, crime contra as relações de consumo, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Na decisão de manter a prisão, o juiz citou o nível de periculosidade da empresária, assim como seus antecedentes criminais.

“Por oportuno, o segundo pressuposto da prisão processual é o ‘periculum libertatis’, ou seja, é o perigo da permanência do flagranteado em liberdade, o que restou demonstrado pela gravidade concreta das condutas imputadas aos indiciados, antecedentes criminais dos custodiados; potencial lesivo das substâncias à saúde pública; periculosidade evidenciada pela posse de munições restritas e a probabilidade concreta de reiteração delitiva, o que, por certo, sua manutenção em liberdade seria um risco concreto à prática de crimes, estando, portanto, presente nos autos a presença do requisito subjetivo, que no caso em tela, consiste na garantia da ordem pública (CPP, art. 312), a fim de assegurar que os acusados não se envolvam no cometimento de novos crimes”, escreveu.

Na casa de Taiza, foram apreendidas munições, cheques no valor de R$ 419 mil e também anabolizantes, que segundo ela, são de seu novo marido e têm prescrição médica para o uso.

O juiz mandou notificar os órgãos responsáveis para saber da legalidade dos medicamentos e da autorização para porte de arma e munições junto à Polícia Federal.

O ESQUEMA

Taiza, proprietária da empresa DT Investimentos, usava as redes sociais para atrair as vítimas, se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.

Com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.

As vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, sendo incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixou de pagar os lucros para as vítimas. Ao solicitarem a devolução dos valores investidos, a empresária inventou desculpas até deixar de responder completamente às vítimas.

O ex-policial federal Ricardo Ratola, que foi casado com a investigada, era o gestor de negócios da empresa e o médico Diego Flores atuava como diretor administrativo da empresa, formando um grupo criminoso, que destruiu o planejamento familiar de dezenas de vítimas, inclusive de amigos e familiares dos investigados.

Com base nos elementos apurados nas investigações do inquérito policial instaurado na Delegacia do Consumidor, o delegado Rogério Ferreira representou pelas ordens judiciais contra os investigados, que foram deferidas pela Justiça e cumpridas na manhã desta quinta-feira (31).

A empresária, principal responsável pelo esquema, teve o mandado de prisão cumprido no aeroporto de Sinop, quando desembarcava de uma viagem que fazia para o nordeste do país.

As buscas resultaram na apreensão de uma caminhonete Ford Ranger e de diversos documentos que serão analisados na continuidade das investigações.

Segundo o delegado da Decon, Rogério Ferreira, até o momento, os prejuízos às vítimas chegam a casa dos R$ 2,5 milhões, porém pode ser muito superior a esse valor, uma vez que certamente há outras vítimas que não registraram a ocorrência.

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