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JUDICIÁRIO Terça-feira, 20 de Agosto de 2024, 17:57 - A | A

20 de Agosto de 2024, 17h:57 - A | A

JUDICIÁRIO / USOU BARRA DE FERRO

Juíza mantém tornozeleira em advogado que tentou matar a namorada em Cuiabá

Monitoramento do réu foi mantido juntamente com o botão do pânico para a vítima, que quase foi morta pelo jurista no ano passado

Ari Miranda
Única News



Em decisão publicada na última sexta-feira (16), a juíza Ana Graziela Vaz, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, decidiu prorrogar por mais 90 dias o uso de tornozeleira eletrônica ao advogado Nauder Júnior Alves Andrade, acusado por tentativa de feminicídio contra a namorada, em agosto do ano passado, na Capital.

Na decisão, a magistrada levou em consideração o depoimento da vítima, de iniciais E. T. M., e o fato de que ela não se sente segura com o fato de seu algoz estar em liberdade.

Nauder teve um habeas corpus concedido pela própria juíza Ana Graziela em dia 20 de maio deste ano, quando foi solto mediante o cumprimento de medidas cautelares. Entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica pelo prazo de 90 dias, que venceria nesta terça-feira (20).

Diante disso, a defesa da vítima solicitou ao judiciário a prorrogação do uso da tornozeleira contra o acusado e a manutenção do botão do pânico à E. T. M, que se sente acuada física e psicologicamente com a soltura de Nauder.

“(...) verifica-se que a vítima, principal destinatária das medidas protetivas e cautelares, manifestou nos autos para relatar que ainda se sente temerosa com a soltura do autuado e que, a utilização do botão do pânico combinado com a tornozeleira eletrônica, lhe traz mais segurança”, destacou a juíza na decisão.

“Pelo que se vê, a vítima continua em extrema situação de vulnerabilidade, ao ponto de viver ocultada e presa em seus próprios medos, justamente por temer que sua vida seja ceifada pelo autuado”, enalteceu.

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por sua vez, também se posicionou favorável ao requerimento.

Após o prazo de 90 dias, o advogado poderá retirar a tornozeleira eletrônica e a vítima devolver o “botão do pânico”.

O CRIME

Nauder foi preso no dia 18 de agosto de 2023, após tentar matar a namorada, com golpes de barra de ferro. O advogado aproveitou o momento que a vítima dormia para cometer o crime. O jurista foi preso dias depois, em uma clínica de recuperação.

Narra a denúncia que o casal namorou por cerca de 12 anos e que a relação sempre se mostrou conturbada, por conta do comportamento agressivo do denunciado em razão do uso de entorpecentes.

No dia do crime, o advogado e a namorada estava na casa da vítima já deitado, dormindo, quando por volta das 3h da madrugada, o advogado se levantou e foi até o banheiro para usar droga. Ao voltar para o quarto, tentou manter relações sexuais com a vítima.

Diante da recusa da jovem, Nauder iniciou uma discussão e passou a agredi-la com socos e chutes, além de impedir por horas que ela saísse de casa. A vítima tentou fugir, mas a casa estava trancada e Nauder a ameaçava o tempo todo dizendo que “acabaria com ela”.

Não satisfeito, ele pegou uma barra de ferro usada para reforçar a segurança da porta da residência e passou a golpeá-la e a enforcá-la. A vítima chegou a desmaiar e, ao retomar os sentidos, aproveitou a distração do namorado para pegar a chave e fugir. Ela foi agredida novamente, conseguiu fugir e buscar socorro.

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