Cuiabá, 15 de Junho de 2024

JUDICIÁRIO Quarta-feira, 22 de Maio de 2024, 19:17 - A | A

22 de Maio de 2024, 19h:17 - A | A

JUDICIÁRIO / "CRIME DO CARTÓRIO"

Tabeliã é condenada a 20 anos de cadeia por ordenar morte de ex-funcionária em MT

Crime aconteceu em 2007. Vítima pedia indenização de R$ 900 mil e ameaçava revelar uma série de ilícitos cometidos pela família proprietária do estabelecimento.

Da Redação
Única News



Após quase 17 anos da morte de Vilmara de Paulo (35), ex-funcionária do Cartório do 1° Ofício de Pontes e Lacerda (444 km Cuiabá), Silvana Souza Freitas Gonçalves, filha do então proprietário do estabelecimento, foi condenada a 20 anos de prisão pelo crime, ocorrido em junho de 2007 no município, situado a oeste da capital.

O julgamento aconteceu nesta terça-feira (21) no Fórum de Cuiabá, em razão do desaforamento do processo.

A promotora de Justiça Marcelle Rodrigues da Costa e Faria sustentou a tese de condenação nos termos da decisão de pronúncia (homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e o Conselho de Sentença reconheceu a culpa de Silvana, apontada como mandante do crime. O cumprimento da pena será em regime fechado.

Além de Silvana, foram denunciados o tabelião e pai dela, Marcelo Rodrigues de Freitas e o comerciante Elmisson Souza Freitas, irmão e filho dos dois acusados. Segundo a Justiça, o processo destes três réus foi desmembrado, visto que outros envolvidos no assassinato já faleceram.

Na denúncia feita pelo Ministério Público à época dos fatos, foi citado ainda que os três denunciados como mandantes fariam parte do chamado “grupo dos 30”, que envolvia comerciantes e fazendeiros que eram influentes na cidade, investigados em diversos crimes ocorridos há vários anos.

QUEIMA DE ARQUIVO

Sete pessoas foram denunciadas pelo homicídio, que aconteceu no centro de Pontes e Lacerda no final da tarde de 27 de junho de 2007 e ficou conhecido como o “Crime do Cartório”. Vilmara foi executada a tiros na frente do filho de 8 anos por 2 homens em uma motocicleta.

Os tiros foram efetuados pelo garupa, o vigia noturno Márcio da Cruz Pinho (já falecido), que estava na companhia do mototaxista Rogério Miranda das Virgens, que estava pilotando a moto usada no crime. Os dois foram julgados em abril de 2013 e condenados, assim como os intermediários do crime, os policiais militares Aurindo Soares da Silva e Valdeci Celestino Viana.

Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, o assassinato de Vilmara foi uma “queima de arquivo”, uma vez que ela trabalhou no Cartório do 1º Ofício de Pontes e Lacerda entre outubro de 1989 e março de 2005 e sabia de uma série de ilícitos praticados pelos donos do local, sendo o principal deles a grilagem e falsificação de escrituras de terras federais.

Vilmara teria pedido contas do local e exigia dos ex-patrões uma indenização de cerca de R$ 900 mil. Caso contrário, poderia revelar o que sabia. “Então foi pago R$ 10 mil para um PM [Valdeci] matá-la. Que por sua vez, repassou para outro policial militar [Aurindo] que, por sua vez, terceirizou a morte”, frisou o MP na denúncia.

Além disso, segundo as investigações, a vítima teria sofrido outras duas tentativas de homicídio, sendo uma delas em Cuiabá, durante uma vinda a capital para exames médicos; e a segunda, onde foi simulada uma tentativa de assalto, acabando morta na terceira vez.

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