Aline Almeida
Única News
O comandante geral da Polícia Militar do estado, Alexandre Corrêa Mendes falou sobre ocorrências policiais que estão terminando com mortes. Os casos mais recentes são dos jovens Diego Kaliniski, de 26 anos, morto em Vera (486 km de Cuiabá). E ainda do jovem de 25 anos, Pablo Ferreira Carvalho da Silva, morto na capital.
Uma saída para evitar que essas ocorrências terminem em mortes, de acordo com o comandante, seria o uso de armas não letais. Conforme Mendes, cerca de 800 unidades de armamento deste tipo estão para serem entregues entre março e abril deste ano para todo estado. Ele ressaltou que há necessidade de mais equipamentos de proteção individual aos policiais.
"Nós falamos de um gás, um cilindro de gás poderia resolver ali. Um capacete antimotim também poderia ser usado para defesa do policial. Mas hoje temos somente as forças táticas no estado, que tem esse material. Já foi autorizado e estamos em processo de chegada de mais armamentos para utilização não letal dos policiais", contou em entrevista à TV Centro América, nesta quinta-feira (16).
No caso da morte de Diego, o coronel Mendes ressaltou que os policiais tinham dois instrumentos para conter a confusão que se iniciou quando foi dada voz de prisão ao rapaz: o cassetete e a arma de fogo. No momento em que tomaram o cassetete do policial, a única possibilidade de defesa que lhe restou foi o revólver. Ressaltou ainda que em Vera somente dois policiais trabalham na rua, de um total de oito PMs lotados no município. O comandante pontuou que o pouco efetivo de policiais nos municípios é uma realidade no estado.
"Nós temos que entender que o poder público municipal também fechou os olhos. Uma ocorrência de perturbação ao sossego em uma cidade pequena atinge diversas pessoas. Ali temos quase oito ocorrências e, infelizmente, a vítima que veio a óbito teve participação em algumas delas. Por que o poder público não se organizou com a própria polícia militar, civil e outras instituições para agir naquele local?", questionou.
A respeito da morte de Pablo Ferreira, no domingo (12), após o jovem ter tido um surto psicótico e mãe ter acionado a polícia, que o matou a tiros, o comandante afirmou que este problema não fica restrito apenas à segurança, mas sim à saúde pública no estado.
"Nós sabemos que o problema é seríssimo de pessoas com dependência química. A perícia oficial esteve no local e possivelmente em 30 a 40 dias já teremos informações claras e precisas. Infelizmente, aconteceu essa tragédia em que mais um jovem se envolveu com drogas e buscaram a polícia para resolver. É uma clínica, pública ou privada, para cuidar dessas pessoas", afirmou.
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