Cuiabá, 08 de Setembro de 2024

POLÍCIA Sexta-feira, 26 de Julho de 2024, 06:55 - A | A

26 de Julho de 2024, 06h:55 - A | A

POLÍCIA / VÍTIMA SOFRIA AMEAÇAS

“Ele nos odiava porque a gente defendia ela”, revela mulher que confrontou ex de Raquel Cattani

Amiga da família Cattani há mais de 30 anos, mulher disse à imprensa “que não retirava uma palavra” do que havia dito ao mentor do feminicídio.

Ari Miranda
Única News



Em conversa com jornalistas na manhã de sexta-feira (19), logo após a descoberta do assassinato de Raquel Maziero Cattani (26), a produtora rural Olair Krasucki, amiga da família do deputado estadual Gilberto Cattani, deixou claro à imprensa sua desconfiança de que Romero Xavier, ex-esposo de Raquel, teria sido o autor do crime, no assentamento Pontal do Marape, em Nova Mutum (242 Km de Cuiabá).

Olair é a mulher que aparece em um vídeo confrontando Romero na área da casa da vítima, no momento em que o suspeito foi para local do crime logo após Gilberto Cattani, com quem ela tem amizade a mais de 30 anos, encontrar o corpo da filha, assassinada na noite de quinta-feira (18) dentro de casa, com 34 facadas.

No vídeo em que faz o confronto ao ex-genro de Cattani, a amiga da família, visivelmente revoltada com a morte de Raquel, "descarrega" sua raiva em Romero, que tinha ido ao local para supostamente se apresentar à Polícia Civil, na tentativa de se isentar de participação no feminicídio.

“Você não adianta dar esse ‘sorrisinho vagabundo’ [sic.], que você vai pagar, seu falso! Deus sabe o que ‘tu’ fez, não adianta você dar essa risadinha não. Todo mundo aqui, a população te conhece”, disparou Olair, que é interrompida por um homem, que pede a ela para ir embora.

Logo após a cena, a produtora rural disse à imprensa que Raquel, a quem conhecia desde a infância e considerava como sobrinha, havia se separado de Romero a aproximadamente 2 meses e estava com medo de uma possível retaliação do ex-esposo, a quem teria chamado de assassino durante o acesso de raiva, minutos antes da entrevista.

“Muitas ameaças. Ela [Raquel] ‘tava’ se policiando, até com câmeras ligadas 24 horas [na propriedade], ‘tava’ guardando [sic.] uma faca dentro do quarto”, destacou.

VEJA VÍDEO NO FINAL DESTA MATÉRIA

Além disso, a amiga da família Cattani disse que, após a separação de Raquel, Romero continuou morando no Assentamento Pontal do Marape e não era uma pessoa bem quista pelos moradores e pessoas próximas a vítima do crime, reiterando suas afirmações sobre a índole do suspeito, a quem ela já chamava de "assassino" naquela ocasião

“Ele odiava ‘nós’ [sic.], porque nós defendíamos ela”, asseverou. 

“Eu não retiro uma palavra do que eu disse! (...) Vamos fazer de tudo pra ele [Romero] ficar na cadeia”, pontuou.

(Foto: Luísa Câmara/Primeira Página)

ROMERO XAVIER - CHORO FALSO VELÓRIO RAQUEL CATTANI.jpg

Romero Xavier, mentor do assassinato de Raquel Cattani, chegou a chorar durante velório da ex como parte de seu álibi.

CRIME ARQUITETADO

Assim que se apresentou à Polícia no local do crime, Romero chegou a ser levado à delegacia, em Nova Mutum, onde prestou depoimento e foi liberado logo em seguida, após ser preliminarmente descartada sua participação no crime, tratado até então como um latrocínio.

Todavia, cinco dias depois e após ouvir várias pessoas, entre elas, os pais de Raquel Cattani, a hipótese de latrocínio foi descartada e as investigações ganharam um novo rumo, ao ser descoberto que o crime tinha sido planejado por Romero e executado pelo irmão dele, Rodrigo Xavier.

De acordo com a Polícia Civil, foi o próprio Romero quem pegou seu irmão em Lucas do Rio Verde (332 Km de Cuiabá) e o levou em seu carro no dia 18, quinta-feira, para o assentamento, deixando-o escondido nas proximidades do sítio da ex-mulher, horas antes do crime.

Naquele dia, Romero também esteve com o ex-sogro, Gilberto Cattani, com quem almoçou e até chegou a chorar na frente dos ex-parentes, lamentando a separação de Raquel, como parte da criação de álibi.

Após o almoço com Cattani, ele foi até a casa da ex-mulher, pegou seus filhos e os levou para a cidade de Tapurah (389 Km de Cuiabá), a fim de tirar as crianças do local, para que o irmão pudesse matar sua ex e também gerar mais provas de sua suposta “inocência”.

Todavia, a máscara de Romero caiu, e ele foi o primeiro a ser preso pela Polícia Civil nesta quarta-feira (24), no Assentamento onde ocorreu o feminicídio.

Mais tarde, no período da noite, Rodrigo Xavier, foi preso em sua residência, em Lucas do Rio Verde, Com ele, os agentes encontraram alguns pertences da ex-cunhada, entre eles perfumes e uma faca.

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3