11 de Fevereiro de 2025
facebook twitter instagram youtube

POLÍCIA Quinta-feira, 16 de Maio de 2024, 13:35 - A | A

16 de Maio de 2024, 13h:35 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO APITO FINAL

"Fiel escudeiro" de W.T. levava tornozeleira para passear por Cuiabá enquanto traficante estava na praia

Segundo investigações, "fiel escudeiro" ficava responsável por movimentar equipamento para despistar a polícia durante viagens ao litoral brasileiro.

Ari Miranda
Única News



Enquanto Paulo Witer Farias Paello, o “WT”, preso em 29 de março deste ano durante a Operação “Apito Final”, passeava pelo país, um de seus fiéis escudeiros, um homem de iniciais P. V. G. A., levava a tornozeleira do criminoso para “passear” por Cuiabá, no intuito de despistar a Polícia.

Paulo Witer saiu da Penitenciária Central do Estado, em dezembro do ano passado, quando teve a progressão para o regime semiaberto autorizada pela justiça, mediante o uso do aparelho de rastreamento.

Segundo investigações da Polícia Civil, P.V. era próximo a “WT” e o responsável por ir até o apartamento do líder do bando pegar a tornozeleira e movimentá-la pela capital, como se ele estivesse na cidade

De acordo com as investigações, P.V.G.A. foi a pessoa escolhida para ir até o apartamento do traficante para pegar o equipamento e leva-lo até o bairro Jardim Florianópolis, nas ocasiões em que Paulo Witer estava em viagens ao litoral de Santa Catarina, no Revéillon de 2024, Rio de Janeiro e Maceió, capital alagoana, onde WT foi preso pela Polícia Civil, durante a deflagração da operação, em 2 de abril deste ano.

Relembre o caso

Operação prende faccionados que movimentaram R$ 65 milhões em ações criminosas; alvos em Mato Grosso e Alagoas

Investigado construía complexo esportivo em Cuiabá e entregava "sacolões" para lavar dinheiro de facção

Supermercado de Várzea Grande "lavou" R$ 17 milhões para grupo criminoso em 2 anos

- Líder de esquema de lavagem de dinheiro deixava tornozeleira em Cuiabá para "curtir a vida" no litoral

(Foto: Reprodução/Montagem)

PAULO WITER WT - TIJUCAS-SC.jpg

Paulo Witer Farias, o "WT" durante um salto de paraquedas no dia 30/12/2023, na cidade de Tijucas, litoral catarinense.

"CURTINDO A VIDA LIVREMENTE"

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil apurou que “WT” teria burlado a Justiça, retirando a tornozeleira eletrônica que usava para poder “curtir” o fim de ano no litoral catarinense.

Segundo as investigações, o sinal GPS da tornozeleira eletrônica de Paulo Witer estava em Cuiabá no dia 30 de dezembro de 2023. Contudo, no mesmo momento, o indiciado estava a quase dois mil quilômetros da capital mato-grossense, desfrutando de um fim de semana nas cidades de Tijucas e Balneário Camboriú (SC).

Foi no litoral catarinense que WT passou o Reveillon de 2024 junto com seus comparsas e fez até um salto de paraquedas, além de se hospedar em hotéis de alto padrão à beira mar, deixando clara a remoção do dispositivo eletrônico.

A GCCO apurou que o grupo liderado por WT viajou de Mato Grosso ao sul do país em uma caminhonete VW Amarok, saindo de Cuiabá no dia 27 de dezembro, chegando a cidade de Balneário Camboriú no dia 29, por volta das 11 da manhã. Eles permaneceram em Camboriú até o dia 1º de janeiro e depois retornaram a Cuiabá.

(Foto: Reprodução/Polícia Civil)

WT - BARRA DA TIJUCA.jpg

"WT" foi flagrado por equipes da GCCO na sacada de um apartamento na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

RIO DE JANEIRO E MACEIÓ

Na certeza da impunidade, Paulo Witer e seus dois comparsas fiéis viajaram mais uma vez, desta vez com destino a cidade do Rio de Janeiro, onde se hospedaram em hotel de alto padrão na Barra da Tijuca. Informações reunidas no inquérito apontaram que o trio embarcou no Aeroporto Internacional Marechal Rondon em 17 de março.

Na ocasião, apenas um deles, Alex Junior Santos de Alencar, retornou a Cuiabá, Paulo Witer e Andrew Nickolas Marques dos Santos ficaram no Rio de Janeiro até 28 de março e de lá embarcaram para Maceió.

Na capital alagoana, a dupla se reuniu com outros comparsas e participariam de um campeonato de futebol com o “Amigos do WT”. O grupo se hospedou em um resort urbano na praia de Jatiúca, uma das melhores localizações da cidade, cuja hospedagem ultrapassou os R$ 70 mil.

Paulo Witer, Andrew, Alex Júnior e Tayrone Fernandes de Souza acompanharam o time em um torneio de futebol em Maceió. O time amador foi criado por Witer para dissimular a lavagem de capitais da facção criminosa Comando Vermelho em Mato Grosso.

No dia 29 de março, a Polícia Civil de Mato Grosso, com apoio da Polícia Civil de Alagoas, prendeu os quatro investigados na capital alagoana, como parte da primeira ação da Operação Apito Final. Todos estavam com os mandados de prisão expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policial de Cuiabá, após a representação da GCCO.

No momento da prisão em Maceió, Paulo Witer também não utilizava a tornozeleira eletrônica, mais uma vez descumprindo as medidas judiciais.

No dia 02 de abril, o advogado de Paulo Witer, Jonas Cândido e também investigado como integrante da organização criminosa, foi preso na capital alagoana, onde estava a serviço do cliente.

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3