Daffiny Delgado
As falhas na segurança do Sistema Penitenciário de Mato Grosso vêm possibilitando fugas e aparições de detentos por meio de vídeos na internet. Hoje, nenhum presídio do Estado conta com o equipamento que bloqueia aparelhos celulares dentro das unidades.
Conforme o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), João Batista, um dos principais fatores que mostra a fragilidade do sistema penitenciário é o número de servidores nas unidades que são insuficientes para garantir a segurança dentro dos presídios.
“Uma das falhas nas unidades é a falta de efetivo para garantir a segurança dentro dos presídios, além do que nenhum presídio do Estado tem o equipamento que bloqueia aparelhos celulares. Essas falhas é um dos principais fatores que possibilitaram as fugas no Estado”.
Em coletiva na tarde de quinta-feira (16), na Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o secretário Emanoel Alves Flores, da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (SAAP), informou que equipamentos de bloqueio de aparelhos celulares já foram adquiridos pelo Estado e serão implantados em breve.
"Os equipamentos já foram comprados pela secretaria, agora só falta a liberação da empresa de telefonia para que possamos implanta-lo nos presídios".
Presos na internet
Na tarde de quinta-feira (16), foi divulgado imagens de detentas do presídio Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, fazendo o uso de celulares livremente dentro da cela. Nas imagens é possível ver que as presas têm fácil acesso a cigarros e possuem
até uma televisão de tela plana no local.
O vídeo vem circulando grupos do aplicativo WhatsApp, onde elas ovacionam a facção criminosa Comando Vermelho, dizendo "Aqui é dois ow, aqui é dois". As mulheres foram identificadas e estão detidas no Raio II da unidade, onde uma revista já foi realizada. Elas responderão a um procedimento disciplinar.
Fuga na Mata Grande
A fuga em massa que ocorreu na Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, conhecido como presídio da Mata Grande, aconteceu no dia 10, onde 27 presos fugiram após um grupo de criminosos explodirem parte do muro da unidade.
Conforme informações da direção da unidade, uma revista foi feita nas celas horas após a fuga. Foram apreendidos 35 celulares, 52 chips de várias operadoras, 11 porções de maconha, diversos carregadores e fones de ouvidos.
Ao que parece, os presos estavam em contato por telefone com os comparsas que atacavam a unidade, no intuito de agirem na hora certa para fugir.
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