Euziany Teodoro
Única News
Imagens e áudios das ligações ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na noite em que Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, foi morta no condomínio Alphaville I, em Cuiabá, foram divulgados nesta sexta-feira (4) e mostram o momento em que Marcelo Cestari se deu conta de que a morte foi causada por um tiro.
Isabele foi morta na noite de 12 de julho, na casa da amiga B.O.C., também de 14 anos, com um tiro que transfixou sua cabeça, entrando pelo nariz e saindo na nuca. A menina tinha passado o dia todo na casa da família Cestari, com a amiga, os pais dela e seus irmãos e os namorados de duas delas. Isabele morreu por volta das 22h e B. alegou tiro acidental.
Os arquivos de mídia, divulgados pelo site Olhar Direto, mostram o desespero da Família Cestari nos primeiros minutos após o tiro ser disparado.
A primeira pessoa a informar ao atendimento do Samu que se tratava de tiro, foi a filha mais velha de Marcelo e Gaby Cestari, G. Ela e o pai ligaram ao mesmo tempo para o serviço de urgência. Quando ele ouve a garota comunicar que é tiro, desmente: “Não tem nada de tiro!”
Os atendentes do Samu insistem: "É acidente ou tiro, senhor? Porque entrou outra ocorrência dizendo que é tiro". E Cestari repete: "É queda! É queda!".
Segundo o empresário, a garota havia caído no banheiro e batido a cabeça. “Rápido, moça. A menina caiu aqui no banheiro. Tem uns dois litros de sangue no chão”, disse.
A ligação é transferida a um médico do Samu, que orienta sobre os primeiros socorros e massagem cardíaca. Pelos áudios, Marcelo estava, de fato, desesperado. Mesmo quando orientado a parar a massagem cardíaca, caso estivesse muito cansado, disse que continuaria. “Não vou parar. Eu vou conseguir”.
Por fim, um vizinho de Cestari, que é médico, chega à cena do crime a pedido dele e assume a ligação apenas para dar a avaliação final: "Minha avaliação é que já está morta".
As imagens são da frente de casa, onde há uma garagem. É possível ver o momento em que o adolescente G.C.C., de 16 anos, namorado da atiradora, vai embora da casa. Foi ele quem levou a arma usada no crime à casa da família Cestari e a deixou lá por medo de ser parado em blitz policial, conforme afirmou em depoimento.
Também é possível ver, após o acidente, quando Gaby, mãe de B.O.C., sai com o carro em busca de Patrícia Ramos, mãe de Isabele, para informa-la que um acidente havia acontecido.
Inquérito
O inquérito foi finalizado pela Polícia Civil na quarta-feira (2 de setembro). A atiradora, B.O.C., responderá por ato infracional análogo a homicídio doloso. Ela pode ficar internada em instituição para menores por até 3 anos.
O pai de dela, Marcelo Cestari, foi indiciado por quatro crimes: homicídio culposo, posse ilegal de arma de fogo, entregar arma a adolescente e fraude processual. Para a Polícia Civil, as ações dele foram fundamentais para que o crime acontecesse: ele permitiu que o genro levasse a arma à casa dele; ficou com a arma em casa, mesmo não pertencendo a ele; entregou a arma para que a filha B. guardasse e tentou atrapalhar a investigação, no entendimento da PJC.
O namorado de B., o adolescente G.C.C., 16 anos, vai responder por ato infracional análogo a porte ilegal de arma de fogo. O pai dele, dono das armas, foi indiciado por omissão de cautela, pois deixou que o filho tivesse acesso ao equipamento.
O inquérito foi enviado ao Ministério Público Estadual, que vai emitir parecer e denunciar – ou não – ao Tribunal de Justiça.
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