09 de Maio de 2025
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POLÍCIA Quinta-feira, 19 de Outubro de 2023, 08:50 - A | A

19 de Outubro de 2023, 08h:50 - A | A

POLÍCIA / ESQUEMA MILIONÁRIO

Polícia deflagra operação contra desvios na saúde pública de Sinop

Além de servidores, operação cumpre mandados contra ex-secretário de saúde e escritório de advocacia em Cuiabá

Ari Miranda
Única News



A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), deflagrou na manhã desta quinta-feira (19.10) a Operação Cartão-Postal, para cumprimento de diversas ordens judiciais contra uma organização criminosa instalada, desde de junho de 2022, na gestão da Saúde do município de Sinop (499 km ao norte de Cuiabá).

As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá contra 34 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas .

Os 32 mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal são cumpridos nas cidades de Sinop, Cuiabá, Várzea Grande, São Paulo, e nos municípios de Praia Grande e São Vicente (SP).

Também são cumpridas seis ordens de prisão preventiva, um de monitoramento eletrônico, duas ordens de suspensão do exercício da função pública, um de suspensão parcial do exercício da função pública, bem como a suspensão de exercício de atividade de natureza econômica de seis empresas.

Treze pessoas são alvo de medidas cautelares diversas da prisão, como a proibição de acessar as dependências administrativas da Saúde do Município de Sinop, a proibição de manutenção de contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar da Comarcar sem autorização do Juízo, entrega de passaporte e comparecimento periódico em Juízo.

Com base nas investigações, também foi determinado o bloqueio de valores das contas bancárias de 34 pessoas físicas e jurídicas, o sequestro de bens móveis de 21 alvos e o sequestro de bens imóveis de outros oito alvos, a fim de recompor os cofres públicos no montante de R$ 87.419.285,01, que é o valor global de três contratos celebrados entre Sinop e a organização social que gerencia a Saúde da cidade.

INVESTIGAÇÃO

Ao longo de quase 1 ano, a Polícia Civil fez várias diligências para esclarecimento dos fatos, além do levantamentos de dados, análise de documentos, pesquisas em bases abertas de dados e identificação dos envolvidos no esquema, veículos e empresas.

As investigações revelaram que o grupo criminoso era bastante estruturado e sofisticado, com clara divisão de tarefas e níveis hierárquicos entre os envolvidos, entre eles servidores públicos da saúde de Sinop. O objetivo principal do grupo, segundo a Policia, era fraudar, de modo consistente, a prestação do serviço de saúde na cidade, desviando recursos e fazendo repasses aos “cabeças” do esquema.

Foi verificado que a organização social Instituto de Gestão e Políticas Públicas (IGPP), em Sinop, empresa responsável pela gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a pasta da Saúde de Sinop, teria sido especialmente ajustada para assumir a prestação do serviço de forma precarizada no município.

A organização social (OS) voltou a vencer dispensas de licitação ocorridas entre outubro e novembro de 2022 e entre abril e maio de 2023, de modo que continua a atuar na cidade até hoje.

SAÚDE RETORNARÁ PARA O MUNICÍPIO

A Justiça determinou a imediata retomada das atividades da Pasta da Saúde diretamente pelo próprio município, ocupando-se provisoriamente toda a estrutura de uma organização social que vinha prestando esse serviço de forma terceirizada na cidade.

O Poder Judiciário ordenou ao Município que avalie, no prazo de 10 dias, a possibilidade de rescisão contratual com a organização social, bem como a apresentação de minucioso relatório dando conta de todas as irregularidades eventualmente praticadas por essa organização social.

Foi determinado ainda que o município utilize o valor de R$ 1.798.790,20, que foi prestado pela organização social investigada como garantia do Contrato n.º 58/2023 (atualmente vigente). Esse montante deve ser destinado ao custeio da saúde do município durante o período de ocupação temporária.

Também a fim de assegurar a continuidade da prestação do serviço de saúde no município, o Juízo ordenou a suspensão de todos os pagamentos já previstos ou empenhados para IGPP.

Por fim, o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) autorizou o compartilhamento de provas da investigação e de toda a documentação referente aos contratos com o Tribunal de Contas do Estado para realização de auditoria.

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