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POLÍTICA Segunda-feira, 06 de Junho de 2016, 10:05 - A | A

06 de Junho de 2016, 10h:05 - A | A

POLÍTICA / ARTIGO

A conta não fecha?



Passados os anos de euforia proporcionada pelo aumento do poder de consumo da população e pelo crescimento econômico, as empresas passam por sensível queda das vendas e, com margens mais apertadas, têm que refazer os cálculos para ver se a conta fecha.

 

Para não ter que cair no caminho da recuperação judicial (e até da falência), muitas estão apertando o cinto. Na Região Nordeste, não seria diferente.

 

Com a redução do poder aquisitivo, alguns setores estão verificando nos demonstrativos financeiros o impacto disso. Os mais afetados sem dúvida são a Indústria e Serviços que, principalmente no Ceará, têm forte atuação no setor têxtil, calçadista e varejo.

 

Diante desse contexto, resta às empresas rediscutir as estratégias financeira e operacional, bem como rever os processos.

 

Reestruturação é a palavra de ordem. Neste caso, o primeiro passo buscar é a redução de custos. Mas nem sempre cortes são tão simples e, se mal executados, podem afetar a competitividade empresarial. A redução de custos precisa ser feita de forma racional e saudável.

 

Um levantamento feito pela KPMG mostra alguns dados referentes a uma potencial redução por linha de custos. Em uma lista de 15 categorias, foi possível ter uma diminuição estimada em telefonia, por exemplo, de até 22%.

 

Em segundo lugar, material de escritório com 12%; em terceiro, embalagens de madeiras e manutenção predial com 10%; e em quarto estão pallets, manutenção industrial, conservação, portaria e vigilância e MRO (Manutenção, Reparos e Operações) com 7%.

 

São categorias que podem apresentar um resultado mais efetivo do que a demissão de pessoal, ao contrário do que muita gente pensa.

 

Importante salientar que o planejamento estratégico e orçamentário integrado a um programa de redução de custos será melhor do que a implementação de ações isoladas.

 

Dessa forma, as pessoas envolvidas podem entender quais são os principais drivers de transformação estratégica. A partir daí, é garantir o comprometimento das lideranças em implementar as iniciativas selecionadas e acompanhar os resultados esperados.

 

Nos casos extremos, projetos de redução de custos devem ser combinados com a reestruturação de dívida. A “virada de mesa” deve incluir: renegociação da dívida; foco na geração de caixa; eliminação de redundâncias de processos e de pessoal;  racionalização do portfólio de produtos e revisão da estrutura e da administração tributária e fiscal. É, sem dúvida, um projeto mais ousado, que exige apoio da direção e acionistas.

 

Desde que bem realizados, projetos de redução de custos podem trazer resultados expressivos no curto e médio prazos. Além disso, podem evitar o aumento do endividamento em cenário macroeconômico incerto e com taxas de juros mais elevadas.

 

PAULO SIQUEIRA é diretor da Consultora KPMG.

 

 

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