Nas últimas décadas, há uma coincidência interessante entre o futebol no Brasil e o da Argentina, em consonância com o momento politico e econômico que vive ou viveu cada país.
O futebol brasileiro encontra-se em baixa no momento, é o contrário na Argentina. Antes, porém, de enveredar pelo atual momento, uma viagem no tempo.
O futebol do Brasil não se deu bem nas Copas do Mundo de 1986 e 1990. A Argentina foi campeã em 1986, vice em 1990.
Na Copa América, a Argentina ganhou em 1991 e 1993. Momento de Maradona e de grandes jogadores como Crespo, Batistuta ou Canigia.
No Brasil, em baixa no futebol, o nome era o do Careca que jogava com o Maradona no Nápoles.
Jogadores brasileiros na Europa, acredite, só havia ele, o volante Alemão e o Juninho Paulista.
Os argentinos eram os donos da bola na América Latina e na Europa.
Naquele estranho momento para o Brasil, só havia o Ayrton Senna para agradar no esporte. Ganhou em 1988-89-91, foi vice em 1989 e 1993. No futebol o mundo achava, como acha agora, que o Brasil não voltaria mais ao topo.
Na Argentina,por eleição direta, Raul Alfonsín foi eleito presidente em 1983 depois da longa ditadura militar.
No Brasil, por eleição indireta, após a morte de Tancredo Neves, assumiu Sarney em 1986. A inflação no Brasil e na Argentina era pornográfica.
A política no Brasil é mais feia que na Argentina. Brasília virou um angu de caroço na discussão sobre a nova Constituição.
Sarney, que fora presidente do PDS, partido dos militares, se filia ao PMDB para ser vice do Tancredo.
Os autênticos do PMDB não o aceitam e ele se joga nos braços dos seus antigos parceiros no PDS.
Uma confusão política em Brasília talvez maior do que a atual.
Collor de Mello, depois do Sarney, foi um desastre na politica e na economia. Um impeachment o manda para casa.
Veio o Plano Real no governo Itamar, depois FHC, Lula, tranquilidade política e na economia e, coincidência ou não, ganhamos a Copa do Mundo em 1994, vice em 1998 e campeão em 2002 e ainda a Copa América de 1997 e 1999.
Na Argentina a política e a economia degringolam, o futebol foi junto também. Só dava o Brasil no futebol mundial. Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Cacá foram escolhidos melhores do mundo. Nenhum argentino.
Agora a coisa anda feia em Brasília e também na economia com reflexo no futebol.
Se tem hoje, Neymar sozinho para ser mostrado ao mundo. Na Argentina, Messi, Aguero, Di Maria, Higuain, Pastore, Banega.
A Argentina foi vice na última Copa do Mundo e pode ganhar a Copa América.
Na Argentina elegeram presidente, aqui vamos sacar alguém por impeachment, como o caso do Collor de Mello naquele momento ruim na política, na economia e no futebol brasileiro.
Pode ser tudo coincidência, mas dá um assunto interessante para uma conversa em mesa de bar, não dá não?
ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e analista político em Cuiabá
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