Da Redação
(Foto: Reprodução/Web)

Nomes de empresários, marido de juíza, ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques e, ainda do governador tucano Pedro Taques, foram citados na delação premiada do Alan Malouf e veio à tona revelações de esquemas, após quebra de sigilo da delação pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio. Um dos esquemas ‘monstruosos’ citados pelo delator, foi o envolvimento, inclusive, do atual gestor do Estado em desvio de dinheiro por meio de licitações e até “caixa 2”, ocorridos na campanha de Taques, em 2014.
A delação de Malouf teve o sigilo quebrado em decisão, publicada na última sexta-feira (19), após o STF acolher o argumento do Ministério Público Federal (MPF), que disse "não haver interesse na preservação do sigilo nestes autos", em virtude da ampla divulgação, em noticiário nacional, sobre a existência do processo.
Alan Malouf se comprometeu ainda a devolver R$ 5,5 milhão após acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), que foi homologado pelo STF. O valor é referente a multas e indenização por danos morais, como ressarcimento ao erário pelos crimes praticados.
A metade do montante, ele se comprometeu a quitar a dívida, oferecendo à Justiça bens materiais, como dois imóveis em Cuiabá, sendo um apartamento no bairro Jardim Ubirajara e uma sala comercial no Bairro Jardim Cuiabá.
Já o restante, ele deve pagar em 10 parcelas iguais no valor de R$ 212 mil. O empresário já pagou três parcelas dessa dívida, que começou em julho e deve seguir até dezembro de 2022.
Além dos depoimentos reveladores na sua delação premiada, Malouf entregou à PGR as gravações que cita o governador. Em um destes vídeos, Taques é o protagonista e aparece em encontro com o empresário em um edifício do bairro Santa Rosa, em Cuiabá, em dezembro de 2016.
O encontro teria ocorrido dias após a divulgação da delação premiada do empreiteiro Giovani Guizardi - um dos operadores do esquema de fraudes na Seduc, que revelou que Malouf era um dos líderes e ficava com 25% da propina arrecadada junto aos empresários que executavam obras na pasta.
Ainsa na delação, o empresário revelou que os ex-secretários estaduais de Fazenda e de Gestão do atual governo, Paulo Brustolin e Júlio Modesto, receberam mais de R$ 1 milhão de verba “extra” como complemento de salário para assumirem os cargos.
Ainda em revelações na delação, Malouf informou que além dele outros empresários doaram cerca de R$ 7 milhões à campanha de Taques, em 2014. A doação foi por meio de acordo de que o dinheiro deveria retornar depois que ele estivesse no comando da cadeira do Poder Executivo.
E após o comando, uma das formas de pagar a dívida com os empresários, segundo delação, foi fraudar contratos para construção e reforma de escolas estaduais.
Para Brustolin foi pago R$ 500 mil a título de luva para assumir o cargo e receber um salário de R$ 80 mil mensais no período de janeiro a dezembro de 2015. Já Júlio Modesto recebeu de complemento R$ 25 mil mensais no mesmo período do Brustolin.
O delator afirmou que o complemento de salário de Brustolin foi informado ao governador Pedro Taques, que seriam pagos pelos por Alan Malouf, Marcelo Malouf, Erivelton Gasques e Juliano Bortoloto, a pedido do próprio Taques.
No entanto, em dezembro, Malouf informou à Taques que não pagaria mais os valores e, segundo a delação, o tucano respondeu que encontraria uma "solução para o problema".
Após declarações surpreendentes do governador, de que sua relação com o delator não passava de um “relacionamento social”, a defesa do Malouf, comparou Taques ao ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Em referência a vários esquemas de corrupção tramados na antessala da Presidência da República, mas que aparentemente Lula nunca soube.
Veja o vídeo da delação:
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