Euziany Teodoro
Única News
Os deputados estaduais acabam de derrubar o “mega-feriado” proposto pelo governador Mauro Mendes (DEM), como forma de “parar” o Estado em prevenção à covid-19. A proposta era um feriadão que durasse de sexta-feira desta semana (26) até sexta-feira da semana que vem (02).
Com exceção de Lúdio Cabral (PT), todos os demais 23 deputados votaram contra a proposta. Para eles, o nome correto da medida é “lockdown” e não beneficia os mato-grossenses, como disse Gilberto Cattani (PSL).
“Por mais que tenha um nome bonito de ‘adiantamento de feriado’, não deixa de ser um fechamento de tudo. É um lockdown. O governador tem no Gilberto Cattani um parceiro para tudo que seja bom ao estado, mas esse lockdown não beneficia nosso estado. Não tem como. Não posso pedir que o povo escolha pelo que ele vai morrer, pela doença que assola nosso estado ou morrer de fome. Não podemos decidir o que nossos companheiros vão fazer com suas vidas”, afirmou.
Para Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), a medida não resolve, pois vai deixar famílias inteiras dentro de casa, muitas vezes sem ter nem o que comer.
“Todos os feriados que tiveram contribuíram para a disseminação da covid, então com certeza essa não é a melhor medida. Temos ouvido a classe trabalhadora, que dependem de seu trabalho para levar sustento as suas famílias. Já imaginou antecipar esses feriados, criando 10 dias para tentar inibir o crescimento do vírus, e essas pessoas dentro de suas residências sem ter o que pôr na mesa para seus filhos? Isso vai deixando todos transtornados, depressivos, ansiosos e, com certeza, se foram contaminados, vão estar muito mais fragilizados.”
Janaina Riva também se posicionou contra e disse que o pensamento lógico é que, com feriadão, as pessoas vão aglomerar. “Neste momento, tudo que menos precisamos é mato-grossense, além de morrer por falta de ar, acabe morrendo por falta de comida. Defendemos o direito de o cidadão trabalhar. (...) Se tiver esse feriadão, vai morrer mais gente, porque vai aglomerar. Essa é a lógica. Não existe pensar que feriadão as pessoas não vão aglomerar”, disse.
A proposta
Cinco feriados seriam antecipados, resultando em 10 dias seguidos. Neste período, todos os órgãos públicos estariam de portas fechadas e a orientação era que o comércio e iniciativa privada seguissem a mesma orientação. A medida ainda seria impositiva, ou seja, todos os municípios deveriam segui-la.
Segundo o projeto, seriam adiantados os feriados de Corpus Christi (2 de abril), Dia do Trabalhador (1º de maio), Dia do Servidor Público (28 de outubro), Consciência Negra (19 de novembro) e aniversário dos municípios, emendados com o feriado da Semana Santa, na próxima semana.
O governador Mauro Mendes deve se pronunciar ainda hoje sobre novas medidas de enfrentamento à pandemia.
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