Da Redação
(Foto: Fablício Rodrigues/AL-MT)
A prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB), teve o mandato cassado, após 36 horas de duração da sessão extraordinária da Câmara do município, para decidir a cassação dela. A sessão foi encerrada na madrugada deste sábado (7). Ela é acusada de diversas irregularidades em diversos processos licitatórios e desvio de dinheiro
Foram seis denúncias apresentados por 50 cidadãos e instituições de Juara e em todas elas, a ex-prefeita Luciane Bezerra teve os seis votos necessários para sua cassação.
Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara de Vereadores de Juara (a 690 km de Cuiabá), votaram favorável a CPI que a investiga contratação de uma empresa de publicidade por R$ 240 mil, sem licitação, para que divulgasse as ações realizadas em sua administração.
Após a apresentação do relatório, que foi lido e aprovado pelos vereadores, foi votada a aprovação do Decreto legislativo nº 265, que dispõe sobre a cassação do mandato de Luciane Bezerra. Logo em seguida, o vice-prefeito Carlos Sirena foi acionado para tomar posse. Ele comandará a cidade até dezembro de 2020.
Sessão longa
A sessão que culminou com a cassação de Luciane Bezerra começou na última quinta-feira. A expectativa era de que fossem lidas 70 páginas do relatório da Comissão Processante. Todavia, a defesa da prefeita solicitou a leitura de 7 mil páginas.
Além disso, no final da tarde deste sábado, já perto do fim da leitura do relatório, a prefeita destituiu sua defesa. Foi necessário um defensor público para acompanhar a defesa da gestora até o final da sessão.
Durante a sessão, o Ministério Público pediu novo afastamento de Luciane. Isso porque, ela havia determinado que a Secretaria de Finanças devolvesse recursos de emendas parlamentares ao Governo do Estado. O objetivo, segundo o MPE, era de pressionar os parlamentares a rejeitarem a cassação, ou culpá-los pela perda de recurso.
Denúncias
Luciane Bezerra é investigada por improbidade administrativa por firmar contratos de publicidade sem licitação.
Ela ainda é investigada por outras irregularidades cometidas a frente da prefeitura. Em fevereiro deste ano, ela foi afastada pela Justiça por conta da suspeita de fraude em licitação para reforma de uma escola municipal no Distrito de Paranorte.
O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual (MPE) e acatado pelo juiz Alexandre Sócrates Mendes, da 2ª Vara da Comarca de Juara. Na mesma decisão, o magistrado determinou o bloqueio de R$ 129,7 mil em bens da prefeita, do secretário municipal de Educação, Isac Pintor, e do ex-vereador por dois mandatos, Lourival de Souza Rocha, o "Lorão Macarena" (PMDB). Outras nove pessoas, além de uma construtora, também respondem à ação.
Porém, na última semana, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rui Ramos Ribeiro, reconduziu a prefeita ao cargo.
(Foto: Reprodução/Web)
Luciane também é investigada por supostamente ter recebido R$ 700 mil do ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf a pedido do ex-governador Silval Barbosa. O valor teria sido desviado no esquema de corrupção apurado na 4ª fase da operação Sodoma. A prefeita – quando deputada estadual - foi filmada junto com outros colegas de Casa, recebendo propina do ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Corrêa.
No vídeo ela chega a pedir a Silvio, em tom de brincadeira, os repasses do ‘mensalinho’ de outros deputados, para ela, reclamando que seu recebimento supostamente seria pequeno.
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