Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 24 de Outubro de 2018, 11:42 - A | A

24 de Outubro de 2018, 11h:42 - A | A

POLÍTICA / EM LIVE DO ÚNICA

"Não creio que AL vote por afastamento; até avião Taques usou para tomar vinho no Chile"

Claryssa Amorim



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Em entrevista à Live do Site Única News, na manhã desta quarta-feira (24), a deputada estadual emedebista, reeleita com quase 52 mil votos, Janaina Riva (MDB), revelou que mesmo após ter protocolado o pedido de afastamento do governador estadual Pedro Taques (PSDB), na sessão noturna desta terça-feira (23), na Assembleia, ela não acredita que o gestor tucano seja afastado da chefia do Executivo estadual até o final de seu governo, por “proteção” na Casa de Leis. 

 

“O governador tem amigos na Assembleia, ainda neste finalzinho de legislatura. Também na condição de governador possui muita força entre os Poderes, como Judiciário e Ministério Público. Assim, mesmo que eu tenha protocolado meu pedido de afastamento não acredito que a Casa de Leis tenha a coragem de votar a favor do meu encaminhamento. O que, sinceramente, é uma pena”.

 

Para ela, o maior erro da Justiça é esperar o tempo passar para tomar providências sobre um político envolvido em supostos esquemas. Mesmo que haja delações premiadas em que sejam citados como, por exemplo, o ex-governador Silval Barbosa, ou ainda seu pai, o ex-deputado estadual, José Riva e agora o atual governador Taques.

 

“Sinceramente, não acredito que Taques será afastado. Na condição de gestor estadual ainda tem muito poder sobre os Poderes como o Ministério Público e Tribunal de Justiça. Que deverão deixa-lo acabar o mandato para tomar as providências. Quando, na verdade, o certo era não esperar. Prova disto foi o ex-governador Silval Barbosa que foi protegido quando ainda era gestor estadual. Aí esperaram ele finalizar o mandato para prende -lo. Como foi igualmente o caso do meu pai e agora está sendo com o Taques”, argumentou Janaina.

 

Com um pedido de afastamento pontuado sobre a delação do empresário Alan Malouf [um dos envolvidos na operação Rêmora, sobre desvios em licitações na Secretaria de Estado de Educação e em caixas 2 e 3, ainda na campanha vitoriosa do governador Pedro Taques, em 2014 ] – ao todo apresentado em dez motivos – Janaina assegura que não há uma só justificativa apresentada com menor ou maior importância que a outra.

 

“Não existe nenhuma que seja irrelevante, pois todas são preocupantes, já que se baseiam na delação premiada do empresário Alan Malouf, que compromete o nome do governador em participação em vários esquemas”.

 

Para ela, Taques tentou controlar tudo e todos. Ao final, ‘perdeu a mão’ e foi historicamente o governador mais rejeitado de Mato Grosso. Nem Silval que saiu como réu confesso foi tão rejeitado ao tentar a reeleição.

 

De acordo com a parlamentar emedebista, Taques não só participou de esquemas, como tina ‘ciência de tudo’. E se fez “coisa errada” tem que pagar e a Justiça não pode ficar esperando. Na Live, Janaina também revelou que estaria montando um outro processo para entregar ao MPE, para que o órgão de controle investigue denúncia que o gestor tucano teria utilizado o avião do Estado para fazer compromissos pessoais em outro país.

 

“Estou procurando sobre um possível voo realizado pelo governador – com o dinheiro do Estado -, para ir tomar vinho no Chile. Caso se comprove este fato, pode-se observar os absurdos cometidos por Taques em sua administração”.

 

Pedido de afastamento

 

A deputada emedebista protocolou junto à mesa Diretora da Casa de Leis e entregou ao presidente do Parlamento, o deputado democrata Eduardo Botelho, o pedido de afastamento do governador nesta última terça. E citando uma passagem bíblica - que nada há de oculto que não venha ser revelado e nada em segredo que não seja trazido à luz do dia - a deputada lembrou que no final da semana passada, se tornou pública a delação do empresário Alan Malouf, ex-coordenador financeiro de campanha do governador Pedro Taques.

 

E que a delação trouxe à luz 'detalhes sórdidos de corrupção desde a campanha até o governo do ex-senador e ex-procurador da República, que se elegeu governador de Mato Grosso com discurso de moralidade, de probidade e de combate à corrupção.

 

A parlamentar ainda frisou no documento a utilização de Caixas 2 e 3 na campanha eleitoral de 2014. E o absurdo, segundo ela, da realização de pagamento de complementação salarial a secretários de Estado. Além de 'luva'[pagamento adiantado para garantir vínculo] para chefiar secretarias e 'tudo com anuência do gestor tucano'.

 

A emedebista lembrou também sobre a extorsão feita à Cervejaria Petrópolis, que teve que realizar uma doação de R$ 3 milhões - segundo delação de Malouf - a pedido de Paulo Taques, mais tarde secretário-chefe da Casa Civil, e na campanha, coordenador jurídico. Como forma de assegurar a manutenção da empresa nos benefício fiscais do governo.

 

Sem esquecer de mencionar a fraude em contrato de fornecimento de combustível mediante dispensa de licitação com valores estratosféricos. E apontar o pagamento mensal aos meios de comunicação [feitos a cinco sites da capital], visando desautorizar e desacreditar as versões dadas pelo delator Alan Ayub Malouf.

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