Cuiabá, 16 de Maio de 2024

SAÚDE E BEM ESTAR Sábado, 07 de Janeiro de 2017, 08:00 - A | A

07 de Janeiro de 2017, 08h:00 - A | A

SAÚDE E BEM ESTAR / CUIDADOS COM A PELE

Chegou a estação mais esperada do ano: o verão!!!!

Neste período de altas temperaturas também aumentam as atividades realizadas ao ar livre

Aline Marques/ Revista Única



  

(Foto: Reprodução internet)

Pele no Verão

 

A radiação solar incide de forma mais intensa sobre a Terra, elevando assim os riscos de queimaduras, cânceres de pele e outros problemas. Neste mês, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou uma campanha de prevenção ao câncer de pele – é o Dezembro Laranja, que tem a intenção de promover a prevenção e combater o câncer de pele, reforçando a necessidade de atitudes fotoprotetoras de fácil execução no dia a dia do brasileiro, objetivando conter a alarmante ascensão da doença. A dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Karin Krause Boneti explica que o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.

  

Ela reforça que em 2016, a SBD, em parceria com o Datafolha, divulgou pesquisa inédita que imprime a radiografia do hábito de exposição solar do brasileiro. A pesquisa traz dados preocupantes:

 

106 milhões de brasileiros se expõem ao sol de forma intencional nas atividades de lazer – 70% da população acima de 16 anos;

 

63% dos brasileiros não usam protetor solar no seu dia a dia = + 95 milhões de brasileiros não se protegem de forma regular;

 

6  milhões de brasileiros adultos (mais de 4% da população) não se protegem de forma alguma quando estão na praia, piscina, cachoeira, banho de rio ou lago;

 

Dos entrevistados que têm filhos até 15 anos, 20% dessas crianças e adolescentes não se protegem de forma alguma nas atividades de lazer. Se a análise incluir as classes D e E, esse percentual sobe para 35%.

 

 

Karin Krause

 

  

“As pessoas de pele negra têm uma proteção ‘natural’ da pele, pela maior quantidade de melanina produzida, mas isto não significa que necessitem de fotoproteção, pois também estão sujeitas a queimaduras, câncer da pele e fotoenvelhecimento”, diz Karin Krause

 

De 23 a 27 de agosto o Datafolha avaliou os hábitos de fotoproteção de 2.069 lares brasileiros, em 130 municípios. Karin Krause diz que a pesquisa é importante para que possamos tomar iniciativas mais sólidas de prevenção ao câncer da pele. Ainda temos grande parcela da população que não se previne adequadamente. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam que em 2016 serão contabilizados cerca de 176 mil novos casos de câncer da pele não melanoma no Brasil. Os principais tipos que ocorrerão no país serão, por ordem de incidência, os de pele não melanoma (para ambos os sexos), o de próstata e o de mama.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que no ano de 2030 haverá 27 milhões de casos novos de câncer, 17 milhões de mortes pela doença e 75 milhões de pessoas vivendo com câncer. O maior efeito desse aumento incidirá em países em desenvolvimento. Esses dados estatísticos servem para alertar a população sobre os riscos da exposição inadvertida ao sol que consiste no principal fator de risco prevenível para evitar o câncer de pele. 

 

A dermatologista reforça que além da utilização de filtro solar, o uso de chapéus e roupas de algodão nas atividades ao ar livre é extremamente importante, já que retém cerca de 90% das radiações UV. Tecidos sintéticos, como o náilon, retêm apenas 30%. Por isso, na hora de escolher o guarda-sol e barraca na praia ou na piscina é importante estar atento para o tipo de tecido, dando-se sempre preferência para os de algodão ou lona, cuja absorção da radiação é maior e corresponde a cerca de 50%. Outro acessório que é de extrema importância, conforme Karin Krause, são os óculos de sol, pois previnem cataratas e lesões à córnea.

 

“O filtro solar é item indispensável e deve ser aplicado diariamente e não somente nos momentos de lazer. É muito importante seguir a orientação dada pelo dermatologista e saber que hoje já temos disponível vários tipos de protetores solares no mercado e que não há desculpas para não utilizá-lo. Os produtos com fator de proteção solar (FPS) 15 ou 20 podem ser usados no dia a dia; e o FPS 30 ou superior  é ideal para uma exposição mais longa ao sol (praia, piscina, pesca etc.)”, diz.

 

O produto deve proteger contra os raios UVA (indicado pelo PPD) e contra os raios UVB (indicado pelo FPS). Deve-se aplicar o produto 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele o absorva, e reaplicá-lo a cada duas horas. Mas fique atento: esse tempo diminui se houver transpiração excessiva ou se a pessoa entrar na água. Aplicar o protetor uniformemente em todas as partes de corpo – isso inclui mãos, orelhas, nuca e pés.

 

Uma dica bacana, conforme Karin, é que o uso de fluidos siliconados nas pontas dos cabelos impede que eles se danifiquem com o vento, calor ou maresia. Não se deve esquecer de proteger as cicatrizes. Quando novas, podem ficar escuras se não forem protegidas. Se antigas, podem desenvolver tumores na pele, apesar de ser um evento raro. Pode ser colocado o filtro na própria cicatriz ou protegê-las com adesivos ou esparadrapos.

 

“Em crianças, inicia-se o uso do filtro solar a partir dos seis meses de idade, utilizando um protetor adequado para a pele sensível da criança, de preferência os filtros físicos. É preciso que as crianças e jovens criem o hábito de usar o protetor solar diariamente, pois 75% da radiação acumulada durante toda a vida ocorre na faixa entre 0 e 20 anos”, diz.

 

Cuidados com a pele

 

 A dermatologista frisa ainda que as pessoas de pele negra têm uma proteção “natural” da pele, pela maior quantidade de melanina produzida, mas isto não significa que não necessitem de fotoproteção, pois também estão sujeitas a queimaduras, câncer da pele e fotoenvelhecimento. Assim como as pessoas de pele mais clara, precisam usar filtro solar, roupas e acessórios apropriados diariamente!

 

 Karin Krause reforça ainda que as temperaturas mais quentes exigem também hidratação redobrada, por dentro e por fora. A ingestão de líquidos no verão deve aumentar! Abuse da água, suco de frutas e da água de coco. Todos os dias, aplique um bom hidratante, que ajuda a manter a quantidade de água na pele entre 10% e 30%.

 

Alguns alimentos, segundo a dermatologista, podem ajudar na prevenção dos danos que o sol causa à pele, como cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, pois contêm carotenoides, substância que se deposita na pele e retém as radiações ultravioleta. Esta substância é encontrada nas frutas e legumes de cor alaranjada ou vermelha. Além disso, já existem alguns ativos como polypodium leucotomos, picnogenol, luteína e ácido elágico que podem ser prescritos e atuam como “fotoprotetores orais”, diminuindo a inflamação e o estresse oxidativo gerado pela exposição ao sol. Caso ocorra a queimadura solar, pode-se utilizar medicamentos orais como o AAS e aplicação de loções calmantes com ação refrescante e água termal, bem como aumentar a ingestão de líquido isotônicos para evitar a desidratação.

 

No banho, usar sabonetes compatíveis com o tipo de pele. A temperatura da água deve ser fria ou morna, para evitar o ressecamento.

 

 

“As temperaturas mais quentes exigem também hidratação redobrada, por dentro e por fora. A ingestão de líquidos no verão deve aumentar! Abuse da água, suco de frutas e da água de coco. Todos os dias, aplique um bom hidratante, que ajuda a manter a quantidade de água na pele entre 10% e 30%”, reforça a dermatologista

 

 

Atenção redobrada

 

Além das inconvenientes queimaduras solares, outros problemas de pele são frequentes nesta época do ano:

 

Herpes -

  

O sol é um grande vilão para quem sofre de herpes, isso ocorre porque a radiação ultravioleta, mais forte neste período do ano, pode contribuir para a diminuição da imunidade da pele, estimulando o desenvolvimento da doença. Em 90% dos casos, os infectados convivem bem com o vírus e vão sofrer com a doença apenas uma vez. Porém, em 10% dos casos, quando há tendências genéticas, a doença vai e volta constantemente. O estímulo do sol pode facilitar o desenvolvimento do vírus do herpes. Por isso, é importante evitar certos tipos de alimentos, como chocolate preto, abacaxi, kiwi e sementes oleosas (castanha, pistache e nozes). Bebidas alcoólicas também devem ser evitadas porque baixam a imunidade.

 

Micoses -

 

 As micoses são infecções causadas por fungos que se alimentam da queratina da pele, unhas e cabelos quando encontram condições favoráveis (calor, baixa imunidade e umidade), pois eles se reproduzem e causam a doença que se manifesta como manchas esbranquiçadas, levemente descamativas e que podem coçar. A melhor forma de evitar as micoses é mantendo hábitos de higiene, como: secar-se após o banho, principalmente áreas de dobras da pele, como virilhas, entre os dedos dos pés, axilas. Não andar descalço em pisos constantemente úmidos (lava-pés, vestiários, saunas). Usar somente o seu material de manicure. Evite usar calçados fechados o máximo possível;  opte pelos mais largos e ventilados.

 

Manchas e sardas brancas -

  

As manchas e as sardas brancas (leucodermia gutata) são danos que os raios solares causam na pele e aparecem com o tempo.

 

As manchas são conhecidas como manchas senis ou melanoses solares. Em geral, são manchas escuras, de coloração entre castanho e marrom, geralmente pequenas. Surgem em áreas que ficam muito expostas ao sol, como a face, o dorso das mãos e dos braços, o colo e os ombros.

 

Já as sardas brancas aparecem quando há ação acumulativa da radiação solar sobre áreas de pele expostas ao sol de forma prolongada e repetida ao longo da vida, provocando alterações nos melanócitos.

 

A melhor forma de evitá-las é não se esquecendo do protetor solar para que não apareçam novas lesões. As manchas e sardas têm tratamento, feito por um dermatologista especializado. Ele irá avaliar sua pele e as lesões e indicar o melhor tratamento.

 

Essas lesões são benignas, não evoluem para o câncer da pele; entretanto, são marcadores de fotoexposição e fotodano. Por esse motivo, o acompanhamento regular com dermatologista é fundamental para avaliação e acompanhamento.

 

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