CNN Brasil
Pesquisadores da Universidade do Texas em El Paso, nos Estados Unidos (EUA) acreditam ter encontrado uma maneira de prevenção de doenças neurodegenerativas em borra de café usada – um material que é descartado diariamente de residências e empresas em todo o mundo.
As doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, a doença de Parkinson e a doença de Huntington, afetam milhões de pessoas no mundo, e o custo dos cuidados às pessoas que vivem com essas doenças chega a centenas de bilhões de dólares todos os anos.
Os pontos quânticos de carbono (CACQDs), que podem ser derivados de borra de café usada, têm o potencial de proteger as células cerebrais dos danos causados por diversas doenças neurodegenerativas – caso a condição for desencadeada por fatores como obesidade, idade e exposição a pesticidas e outros produtos químicos ambientais tóxicos.
Kumar descreve em seu artigo, publicado na edição de novembro da revista Environmental Research, que os pontos quânticos de carbono à base de ácido cafêico têm o potencial de serem transformadores no tratamento de doenças neurodegenerativas.
“Isso ocorre porque nenhum dos tratamentos atuais resolve as doenças; eles apenas ajudam a controlar os sintomas. Nosso objetivo é encontrar uma cura abordando as bases atômicas e moleculares que impulsionam essas condições”, afirma.
As doenças neurodegenerativas são caracterizadas principalmente pela perda de neurônios ou células cerebrais. Elas inibem a capacidade de uma pessoa realizar funções básicas, como movimento e fala, bem como tarefas mais complicadas, incluindo funções da bexiga e do intestino, e habilidades cognitivas.
Prevenção nos estágios iniciais
Quando transtornos estão em estágios iniciais e são causados por estilo de vida ou fatores ambientais, compartilham diversas características, como níveis elevados de radicais livres no cérebro, e a agregação de fragmentos de proteínas formadoras de amiloide, que podem levar a placas ou fibrilas no cérebro.
A pesquisa descobriu que os CACQDs eram neuroprotetores em experimentos com tubos de ensaio, linhas celulares e outros modelos da doença de Parkinson quando o distúrbio era causado por um pesticida.
Os CACQDs, observou a equipe, foram capazes de remover os radicais livres ou evitar que causassem danos e inibiram a agregação de fragmentos de proteína amilóide sem causar quaisquer efeitos colaterais significativos.
A equipe levanta a hipótese de que em humanos, na fase inicial de uma doença como a doença de Alzheimer ou a doença de Parkinson, um tratamento baseado em CACQDs pode ser eficaz na prevenção da doença total.
Mahesh Narayan ressalta que é fundamental abordar estes distúrbios antes que atinjam o estágio clínico.
“Nesse ponto, provavelmente será tarde demais. Quaisquer tratamentos atuais que possam tratar sintomas avançados de doenças neurodegenerativas estão simplesmente além das possibilidades da maioria das pessoas. Nosso objetivo é encontrar uma solução que possa prevenir a maioria dos casos dessas condições a um custo que seja administrável para o maior número possível de pacientes”, explica em comunicado.
Os pesquisadores irão agora procurar financiamento adicional para apoiar mais testes e avançar nos estudos dessa tese.
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