Cuiabá, 05 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Segunda-feira, 05 de Fevereiro de 2024, 14:58 - A | A

05 de Fevereiro de 2024, 14h:58 - A | A

JUDICIÁRIO / ORDENOU MORTES

Após 20 anos, réu será julgado por chacina na fazenda de Arcanjo

Aline Almeida
Única News



(Foto: Otmar de Oliveira / Gazeta Digital)

chacina na fazenda de arcanjo.jpg

 

Joilson James Queiroz, 58, senta no banco dos réus na próxima terça-feira (06), a partir das 13h30, no Fórum de Várzea Grande. Ele é acusado de participação no crime que ficou conhecido como “chacina da Fazenda São João”. O julgamento ocorre prestes a completar 20 anos do crime, que resultou na morte de quatro pessoas. As vítimas foram executadas ao entrar para pescar sem autorização na fazenda do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.

Joilson foi denunciado pelo Ministério Público, junto com mais sete pessoas, pelas mortes de Pedro Francisco da Silva, José Ferreira de Almeida, Itamar Batista Barcelos e Areli Manoel de Oliveira. Os crimes aconteceram na propriedade de João Arcanjo Ribeiro, nas represas de psicultura, no dia 20 de março de 2004.

Durante as investigações a Polícia Civil identificou que os envolvidos nos crimes eram todos funcionários da propriedade, que foram indiciados por homicídio qualificado (cometido por motivo fútil, uso de meio cruel e sem chance de defesa), ocultação de cadáver e formação de quadrilha. O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia à Justiça ainda em 2004.

Uma vítima foi morta por disparo de arma de foto e três delas foram amarradas e torturadas, antes de serem mortas por afogamento. Depois de mortos, os quatro tiveram os corpos jogados em diferentes pontos, em uma área da localidade de Capão das Antas, a fim de dificultar o trabalho investigativo da polícia.

O inquérito conduzido à época pela equipe do delegado Wylton Massao Ohara apurou que as quatro vítimas foram à fazenda para pescar em um dos tanques de peixe da propriedade, na manhã do sábado de 20 de março. Conforme a investigação, os amigos teriam ido ao local na intenção de pescar para consumo de suas famílias, quando foram surpreendidos pelos seguranças da fazenda e mortos.

Como os quatro não retornaram para casa, no dia seguinte, as famílias procuraram a polícia e teve início a busca pelas vítimas. Ainda no domingo, a Polícia Militar localizou as quatro bicicletas próximas à cerca da fazenda. Após diversas buscas, os corpos foram localizados em uma área fora da fazenda, a fim de ocultar o crime e dificultar a investigação.

A denúncia aponta que Joilson era o administrador da fazenda e os demais denunciados como seguranças. De acordo com o MP, foi Joilson que deu a ordem para os seguranças matarem três vítimas, após a primeira ter sido morta a tiros.

(Foto: Divulgação)

advogado Jorge Godoy

O advogado Jorge Godoy

Advogado de defesa de Joilson, Jorge Godoy destaca que o réu nega participação nos crimes e afirma que nunca foi administrador da fazenda, como afirmado pelo MP em denúncia ofertada. Não sendo administrador, não tinha comando sobre os seguranças. “Segundo depoimentos prestados por Joilson em juízo, ele nega participação nos crimes. Afirma que foi chamado ao local pelos outros acusados, mas quando chegou as vítimas já tinham sido todas mortas”.

Jorge Godoy ainda enfatiza que as provas citadas pelo MP são baseadas em delações sem qualquer lastro probatório que sustente as versões dos outros corréus, que verdadeiramente participaram do crime.

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