Cuiabá, 05 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Segunda-feira, 25 de Março de 2024, 13:31 - A | A

25 de Março de 2024, 13h:31 - A | A

JUDICIÁRIO / CHACINA DE SORRISO

Justiça marca primeira audiência de pedreiro que matou e estuprou mãe e filhas no nortão

Testemunhas do caso serão ouvidas e, ao final, juiz decidira se Gilberto dos Anjos, o “maníaco de Sorriso”, irá ou não à júri popular.

Ari Miranda
Única News



A primeira audiência do pedreiro Gilberto Rodrigues doa Anjos (32), que matou mãe e as três filhas na cidade de Sorriso (397 Km de Cuiabá), em novembro do ano passado, foi marcada pelo Fórum da Comarca local para o dia 23 de abril. A informação foi confirmada ao Única News pelo advogado da família das vítimas, Conrado Pavelski Neto.

Na sessão, com início previsto para as 13h30, o criminoso e todas as testemunhas serão ouvidas pela Justiça. Ao final, o magistrado decidirá se Gilberto Rodrigues, réu confesso da “Chacina de Sorriso”, irá a júri popular.

Gilberto foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) por quatro homicídios qualificados e três estupros. As vítimas, Cleci Calvi Cardoso (46) e as filhas Miliane (19) e Manuela Calvi Cardoso (13) foram esfaqueadas e violentadas pelo assassino enquanto ainda agonizavam, entre a noite do dia 24 e madrugada do dia 25 de novembro de 2023.

A filha caçula de Cleci, Melissa Calvi Cardoso (10), também foi assassinada pelo criminoso, porém é a única delas que não foi violentada por ele, sendo executada pelo maníaco asfixiada com um travesseiro no rosto.

A DESCOBERTA

O crime foi descoberto no dia 27 de novembro, uma segunda-feira, após a Polícia Militar ser acionada por vizinhos sobre o desaparecimento das vítimas. Cleci e a filha Miliani, de 19 anos, foram encontradas caídas no corredor da casa. Já os corpos de Manuela e Melissa, de 13 e 10 anos, estavam no quarto. Segundo a perícia, três delas estavam sem roupas.

A Polícia Civil chegou ao criminoso após receber denúncias. Gilberto continuava trabalhando normalmente na obra ao lado da cena do crime, como se nada tivesse acontecido, demonstrando o grau de frieza do assassino.

Devido à repercussão da chacina e a revolta gerada entre a população sorrisense, temendo uma invasão popular à Delegacia de Sorriso para linchar e matar Gilberto, a Polícia Civil decidiu pela transferência do assassino, que foi levado no helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) da PM, para um presídio, na cidade de Sinop (500 km de Cuiabá). Em seguida ele foi transferido para a Penitenciária Central do Estado.

A INVESTIGAÇÃO

Para chegar ao paradeiro do autor da chacina, os investigadores agiram rapidamente, percorrendo uma sequência de pistas, que os levaram a Gilberto.

Os investigadores chegaram ao pedreiro através da checagem de documentos dos pedreiros e serventes que trabalhavam no local.

“Descobrimos que um deles tinha histórico de crime sexual e mandado de prisão em aberto. Sem informar isso ao preso, iniciamos uma série de entrevistas com todas as pessoas e, ao perceber que o cidadão [Gilberto] estava faltando com a verdade e entrando em contradição, nós começamos a pressioná-lo”, explicou o delegado Bruno França.

CRIMINOSO FRIO

Durante o interrogatório, a Polícia Civil descobriu que Gilberto estava morando no local de trabalho. Em seguida, os investigadores encontraram uma pegada de chinelo, que colocou o pedreiro como o principal suspeito.

“A gente solicitou que as pessoas entregassem seus calçados e o do rapaz deu uma combinação perfeita com uma mancha de pegada de sangue no local do crime”, disse França.

Outra prova que indicava o pedreiro como autor da chacina era uma falha no seu cabelo, como se tivesse sido arrancado.

“Percebeu-se ainda que ele tinha uma falha no cabelo e, considerando que a vítima [Cleci] tinha arrancado muito cabelo do agressor, nós confrontamos ele com as informações e ele imediatamente já confessou ser o autor do crime”.

Agindo como um criminoso em série, Gilberto levou da cena do crime roupas íntimas das suas vítimas, como uma espécie de “troféus” do crime.

"Chegando na delegacia ele confessou o crime e entregou as roupas que usou para cometê-lo. [Também] entregou as roupas íntimas das vítimas, que havia levado como souvenir e apontou qual seria a faca do crime", explicou o delegado.

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