Cuiabá, 06 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Quinta-feira, 28 de Abril de 2022, 16:46 - A | A

28 de Abril de 2022, 16h:46 - A | A

JUDICIÁRIO / JÚRI POPULAR

Homem que matou enfermeira a facadas na frente dos filhos é condenado a 28 anos de prisão

Thays Amorim
Única News



O maqueiro Edésio Alves de Assunção, de 51 anos, foi condenado nesta quinta-feira (28) pelo Tribunal do Júri a 28 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pela morte da enfermeira Josilaine Maria Gomes dos Reis, de 32 anos, em outubro do ano passado. A mulher, que estava em processo de separação do réu na época, foi morta a facadas na frente dos três filhos menores de idade.

A Defensoria Pública, que realizou a defesa do réu, tem 10 dias a partir deste sexta-feira (29) para ajuizar recurso contra a pena. Os detalhes sobre o crime foram relatados nesta quinta-feira (21), perante ao júri popular – ao qual o Única News acompanhou. A enfermeira foi morta na madrugada em que completava 32 anos, no dia 06 de outubro.

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“CONDENO O RÉU EDÉSIO ALVES DE ASSUNÇÃO, qualificado nos autos, como incurso nas sanções do artigo 121, § 2º, incisos I, IV e VI, c/c § 2º-A, inciso I, c/c § 7º, inciso III, do Código Penal, com as implicações da Lei nº 8072/90, alterada pela Lei 11.467/2007, à pena privativa de liberdade de 28 (vinte e oito) anos de reclusão, no regime inicial fechado”, aponta a sentença do júri.

Segundo os autos, antes de ser morta, Josilaine foi alvo de diversas ameaças de morte e tentou pedir socorro ao Judiciário, mas não obteve sucesso. A vítima tinha uma medida protetiva contra o feminicida, mas ao júri, ele alegou desconhecer o termo.

Uma denúncia da promotora de Justiça, Elisamara Sigles Vodonós Portela, do dia 15 de julho de 2019, aponta que o feminicida e Josilaine conviveram durante quatro anos e tiveram um filho. Inconformado com a separação, que ocorreu em dezembro de 2017, o autor do crime passou a fazer ameaças de morte contra a enfermeira, além de persegui-la e ofendê-la. Posteriormente, eles se separaram outras vezes.

"O denunciado vem perseguindo e vigiando a vítima no trabalho, bem como quando ela está no ponto de ônibus; chegando a ir até a casa dela para ficar olhando pelo buraco da fechadura e certa vez passou a noite embaixo de uma árvore no quintal da casa da vítima. A vítima está atemorizada pois o denunciado responde ação penal por tentativa de feminicídio contra sua ex-companheira", diz trecho da denúncia ofertada ao TJ.

Ao total, foram cerca de oito anos de convivência. Durante esse tempo, a enfermeira reclamava às pessoas próximas sobre as agressões verbais e ameaças do companheiro, além da perseguição ao qual era vítima. Ao júri, a irmã da vítima afirmou que ela tinha acabado de se formar em técnico de enfermagem e “só queria paz, [...] ele destriuiu o sonho de uma menina que lutou para ser feliz”.

Edésio chegou a ameaçar a mãe e os filhos de Josilaine. A vítima estava receosa nos dias anteriores à sua morte e havia afirmado à mãe que iria morrer pelo ex, pedindo para que ela cuidasse dos seus filhos.

Ao júri, o réu não chorou ou demonstrou emoções ao relatar com detalhes o crime. Ele destacou um suposto quadro de depressão, devido à separação, e disse que estava “super arrependido”. Ele também negou agressões físicas, verbais e ameaças à ex-companheira.

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