Cuiabá, 07 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Segunda-feira, 21 de Fevereiro de 2022, 18:27 - A | A

21 de Fevereiro de 2022, 18h:27 - A | A

JUDICIÁRIO / DECISÃO JUDICIAL

Padre acusado de estuprar menores em MT foi solto e já está em casa, afirma defesa

Thays Amorim
Única News



O padre Nelson Koch, de 54 anos, acusado de estuprar menores de idade em Sinop (a 498 km de Cuiabá), teve a prisão preventiva revogada pelo desembargador Marcos Machado, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A decisão foi confirmada pelo advogado da defesa Márcio de Deus ao Única News, na noite desta sexta-feira (21).

“Confirmo a informação, ele já está em casa, foi solto. O Judiciário restabeleceu a Justiça. Os argumentos foram aqueles que falamos na entrevista, não tinha motivo para a prisão”, argumentou. O processo está em segredo de Justiça, por envolver menores de idade, e a íntegra da decisão não foi disponibilizada.

LEIA MAIS: Adolescentes denunciam padre de Sinop por estupros que ocorriam há 8 anos; religioso foi preso

A defesa afirma que a 2ª Vara Criminal de Sinop, que decretou a prisão preventiva, foi induzida ao erro pelo delegado Pablo Bonifácio Carneiro, que conduz as investigações. Segundo o advogado, a Polícia Civil não havia informado que o padre estava afastado das atividades religiosas ao representar pela prisão.

“A magistrada de Sinop foi induzida a erro quando o delegado não informou que o padre não estava mais à frente da paróquia, ele agiu com dolo, má-fé. No dia 15, avisamos que o padre não era mais pároco e, mesmo assim, no dia 16 ele [delegado] pediu a prisão preventiva”, apontou, ao Única.

Nelson foi preso na última quinta-feira (17), em cumprimento a um mandado de prisão preventiva pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual. Um mandado de busca e apreensão domiciliar também foi cumprido no endereço do padre.

O advogado Márcio de Deus se limitou a dizer que a prisão foi substituída por outras medidas, mas evitou responder se o padre deverá fazer uso da tornozeleira eletrônica. “Agora, o trabalho da defesa, como sempre falamos, é provar a inocência do padre”, finalizou.

Entenda o caso

De acordo com o delegado Pablo Bonifácio Carneiro, a mãe de uma vítima procurou o plantão da Polícia Civil e declarou que seu filho, de 15 anos, trabalha desde o ano passado na igreja liderada pelo religioso e teria sofrido abusos sexuais praticados em diferentes períodos.

Posteriormente, mãe e filho foram ouvidos na delegacia especializada. Em depoimento especial, conforme prevê a legislação, o adolescente confirmou os abusos sexuais e descreveu que o investigado cometeu os supostos atos criminosos quando o menor de idade tinha sete, 13 e 15 anos.

Outro adolescente, de 17 anos, também ouvido pela Polícia Civil, confirmou que o religioso teria, nos últimos três anos, sem a sua anuência, praticado ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia, caracterizando o crime previsto no artigo 215-A do Código Penal.

O delegado destaca que em uma das oitivas, uma das vítimas informou que o religioso, mesmo de forma velada, o ameaçou dizendo que é uma pessoa de influência. “Desta forma, acreditamos que a segregação da liberdade do suspeito irá encorajar outras eventuais vítimas que ainda não tiveram coragem de denunciar”, pontou Pablo Carneiro.

Por outro lado, a defesa afirma que o padre não confessou os supostos crimes, destacando que o delegado foi leviano ao divulgar informações de um processo em segredo de justiça.

Além disso, em entrevista coletiva, Márcio de Deus pontuou que Nelson foi vítima de uma "armação" por parte de um dos adolescentes que o denunciou.

LEIA MAIS: Defesa afirma que padre é vítima de "armação" por parte de um dos adolescentes

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3

Comente esta notícia

Coveiro 22/02/2022

Resultado da omissão dos justos. Estavam dormindo quando criaram esse tipo de lei de proteção ao capeta.

1 comentários

1 de 1