Rafael Walendorff
Globo Rural
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou nesta segunda-feira (23/9) que as instituições financeiras poderão antecipar a aplicação de recursos do Plano Safra 2024/25 na linha RenovAgro, para recuperação de áreas degradadas, que haviam sido programados para liberação a partir de janeiro do ano que vem. O objetivo é aumentar o montante disponível para contratação imediata por produtores afetados por incêndios.
Segundo Fávaro, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Banco da Amazônia (Basa) são algumas instituições financeiras que vão adotar essa medida para antecipar valores e emprestar aos clientes.
Nessa segunda-feira, o ministro se reuniu em São Paulo com representantes das instituições financeiras que operam o Plano Safra para debater as medidas de apoio a quem teve áreas consumidas pelo fogo.
“Todos os bancos ainda têm recursos para emprestar, mas alguns dividiram a aplicação em 50% nesse semestre e 50% no primeiro semestre de 2025. Pedimos para que todos os bancos coloquem os recursos disponíveis nesse segundo semestre de 2024, que atendam os produtores”, disse Fávaro à imprensa após a reunião.
A programação de aplicação dos recursos é uma exigência feita pelo Ministério da Fazenda para distribuir valores de linhas que recebem a equalização do governo federal, como a RenovAgro, que tem juros de 7% ao ano e prazo de dez anos para reembolso, incluídos dois de carência.
Fávaro disse que o Banco do Brasil já emprestou R$ 1,1 bilhão nessa linha em menos de três meses do Plano Safra, cerca de 92% daquilo que havia previsto para a temporada. A instituição deverá receber mais recursos a partir de remanejamentos que serão feitos em outubro.
“Agora em 5 de outubro tem rodada de remanejamento, vamos mandar mais [recursos] para o BB, que já emprestou 92% nesses primeiros meses. Ele precisa de mais recurso, pois foi muito eficiente, e o prêmio é ter mais recursos”, disse.
O ministro ainda garantiu que o Fundo Clima vai disponibilizar US$ 1,3 bilhão para a linha, usada para financiar a recuperação de pastagens degradadas e outros tipos de degradação. O repasse desse dinheiro, no entanto, ainda depende de regras para o financiamento que serão definidas e divulgadas pelo Tesouro Nacional.
“Alguns bancos que tinham dividido 50% dos recursos para esse semestre de 2024 e 50% para o primeiro semestre do ano que vem já tomaram a decisão de emprestar tudo agora. Vão colocar à disposição dos seus clientes, porque vai aumentar demanda pelos incêndios, porque agora está liberado utilizar. E pelo nosso compromisso de colocar mais recurso, dos US$ 1,3 bilhões, que são mais R$ 7 bilhões, o que dobra o volume inicialmente lançado no Plano Safra. Assim, eles vão ter recursos para emprestar aos seus clientes para recuperação de pastagens ou degradação no primeiro semestre do ano que vem”, relatou o ministro.
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