06 de Julho de 2025
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ARTIGOS/UNICANEWS Terça-feira, 24 de Outubro de 2017, 11:17 - A | A

24 de Outubro de 2017, 11h:17 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / Marisa Batalha

Quem conheceu Jê tem uma boa história para contar

Marisa Batalha



(Foto: Reprodução)

Jê Fernandes.jpg

 

Morreu aos 72 anos, na madrugada desta terça-feira(24), o jornalista Gonçalo José Fernandes, popularmente conhecido como Jê Fernandes. Ele estava internado em um hospital particular de Cuiabá e teve o quadro de saúde agravado por conta de uma embolia pulmonar e trombose.

 

Todos que conheceram Jê Fernandes têm uma bela história para contar e comumente engraçada! Mas tinha em Jê Fernandes muito de visionário e absurdamente de anjo! Se ele gostasse de alguém, sem pestanejar, colocava debaixo dos braços e não media esforços. Nem para ensinar, nem tampouco para transformá-la em um bom produto de marketing. Eu fui uma destas sortudas! E fui durante anos uma das pupilas de Jê!

 

Diretor de Jornalismo por um bom tempo da TV Brasil Oeste (TBO) afiliada na época da Band, lá pela década de 90, ele era o braço direito neste período, da presidente do grupo, Isabel Campos. E com ele no comando todos os dias eram, literalmente, dias diferentes. 

 

Naquela época, os carros e os equipamentos do Grupo Futurista de Comunicação, de propriedade da família Campos era prá lá de bem equipados. Tinham de tudo, até rádio comunicação, só faltavam aqueles sinalizadores visuais conhecidos como giroflex, usados pela polícia. 

 

E se, por acaso, os carros tivessem o 'giroflex' aí o desespero meu e das  jornalistas Rosana Vargas, Malu de Souza e Lauristela Guimarães ultrapassaria todos os limites. Já que Jê parecia fazer de próposito, era so faltar 5 minutos para o fim de expediente e ele arranjava umas cinco matérias para serem feitas. E claro, todas passadas por rádio frequência. Era um desespero!

 

Bom, também devo admitir que era muito engraçado, pois agora- anos depois - posso confessar que não só eu, mas também Nana (Rosana Vargas), desligávamos o rádio lá pelas 17h. Assim, quase sempre a 'bucha' sobrava para a Lauristela. Meu Deus! Deixa Jê saber disto!

 

E olha que de nós três, eu ainda costumava levar Jê no bico! Mas também pudera, eu era sua vítima favorita para andar com ele em sua Brasília! Às vezes em longos passeios pela cidade, tentando encontrar uma pauta, pois para ele, as grandes pautas do cotidiano estavam sempre bem 'debaixo dos nossos olhos' e não a enxergávamos. 

 

Mas se tudo na TBO era tecnológico, isto não incluia a Brasília azul de Jê. Velha e sem assoalho, em tempos de chuva era inacreditável andar com o jornalista.Tinha certeza que estava andando de barco e furado, com a água entrando dentro dele! Ríamos prá valer disto!

 

Mas para além dos casos engraçados, Jê Fernandes quando se tratava de matérias jornalísticas, ele cobrava pontualmente sobre a necessidade de que o texto pudesse conter todos os lados da informação, como forma de dar musculatura jornalística a ela. E, sobretudo, em casos mais polêmicos, que vítima e réu tivessem visibilidade, cada um contando sua parte da história, a sua verdade!. E dizia sempre que à exceção de Deus, toda verdade minimamente tinha duas versões.

 

Depois de alguns anos de experiência, decidiu fundar o Jornal do Ônibus e mais tarde vendeu para o Grupo RDM, editado pela Contexto Editora e Comunicação do jornalista João Pedro Marques. Mas nunca abriu mão de ainda assinar sua coluna no jornal.

 

Quando fundou o Jornal do Ônibus era fácil vêlo entregando-os em pontos onde haviam aquelas filas enormes e gente quase entulhada às 6 da manhã ou no finalzinho da tarde, esperando o transporte coletivo para trabalhar. E ainda deixava pacotes e pacotes com os taxistas, na Assembleia Legislativa, na Câmara de Vereadores, no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justiça, no Paiaguás, além das secretarias. 

 

Neste dia, era comum vê-lo transitando por pelo menos 15 a 20 lugares e sempre sorridente. E entre um cafezinho e outro, ia proseando com jornalistas. Contando piadas e falando em 'pé de ouvido' as últimas novidades dos bastidores políticos. Pois se tinha uma coisa que Jê era um expert, era sobre os bastidores. Aliás, era um arquivo vivo, pois o que ele sabia, ninguém mais sonhava, em se tratando de 'histórias e estórias' sobre os políticos mato-grossenses. 

 

O jornalista nasceu em Poconé (distante a 104 km de Cuiabá) e trabalhou em vários jornais da cidade. Entre eles: A Luta Democrática (Rio de Janeiro), Panfleto Brasil Oeste (Cuiabá), Diário de Cuiabá, O Estado de Mato Grosso e ainda foi correspondente do Estadão e do O Globo. O velório de Jê Fernandes está previsto para acontecer a partir das 12h na Capela Jardins, Sala Tulipa.

 

Meu querido amigo, nem vou lhe dizer vá com Deus, pois sempre sorridente e dono de coração brando e alma leve, obviamente, já está nos braços dele. Beijos amigo e até dia deste!

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