Única News
Mãezinhas, todas nós sonhamos com um parceiro de vida. É natural e faz parte da nossa humanidade anelar por companhia. Esse desejo é legitimo e ser mães solteiras, não nos tira o direito de sonhar. Mas a verdade é que muitas vezes nossa condição parece nos limitar, não é mesmo? Ainda que o mundo pareça ter evoluído, lidamos com o preconceito todos os dias, além da preocupação em educar nossos pequenos sozinhas.
Se uma mãe casada decidi sair sexta à noite, ou fazer uma viagem sem os filhos, ela merece, afinal, ela é mãe de família. Se uma mãe solteira faz isso, ela é uma péssima mãe, sem mais.
Se uma mãe casada decide ser dona de casa, ela pode, afinal ela é mulher de família e tem marido para bancar. Nós não temos essa opção e precisamos além de ser mães, garantir a comida na mesa e se contamos em algum momento com a ajuda do pai com assuntos relacionados ao teto sobre a cabeça dos NOSSOS filhos, agem como se estivessem nos fazendo um favor (existem exceções).
Sem falar sobre quando somos excluídas dos eventos realizados pelo grupo de mães da escola, familiares, ou até mesmo de amigos, ainda que nesses eventos envolvam crianças, ou as pautas levantadas sejam relevantes sobre filhos, pois somos solteiras, sendo assim, representamos uma ameaça e nossas opiniões não são de importância.
E quando chega o dia das mães e vemos todos aqueles pais com os filhos comprando presentes para surpreender as mães e nós temos que comprar o nosso próprio, sem nenhuma surpresa? Parece algo bobo, mas fazer isso ano após ano ao mesmo tempo que lidamos com todas essas situações, faz com que a gente se sinta esgotadas, carentes e vulneráveis.
Essa carta com relatos vivenciados por mim é para dizer que vocês não estão sozinhas e que a nossa dor é compreensível ainda que sejamos responsáveis por nossa situação.
Mas o que fazer? A única coisa que nos cabe que é levantar nossas cabeças e prosseguir amando, zelando e cuidando dos nossos filhos que são as coisas mais preciosas para nós.
Silenciem as vozes em suas cabeças de todas as pessoas que lhes julgam incapazes, parem de querer a aprovação delas.
Não se doam por homens que não estão dispostos a abraçarem suas histórias com toda as suas bagagens e jamais tentem se ajustar em corações pequenos demais para a gigante que existe em vocês.
Vocês deram conta do recado até aqui, aguentem firme um pouco mais.
Não precisamos que nos digam que somos mulheres e mães de família, quando tudo o que fazemos diariamente já nos diz isso claramente.
Vai chegar o momento que foi banalizado pela liquidez dos tempos em que alguém que não precisamos sair a procura, vai enxergar o valor de tudo que habita em nós e amará nossos filhos naturalmente pelo simples fato de nos amar.
Somos merecedoras do melhor dessa vida, mas, sobretudo, já somos abençoadas com pequenas joias raras: nossos filhos!
Muriel Tegon
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