Por Lourembergue Alves
Reprodução / Internet

Na madrugada de quarta-feira (10/08), o Senado transformou a presidente afastada Dilma Rousseff em ré. O placar foi maior do que o registrado na vez passada. Foram 59 votos contra 21. Isto significa que a petista perdeu um senador-eleitor. Justamente no instante em que precisava desesperadamente conquistar no mínimo mais quatro. As coisas, agora, se complicaram para ela. Ainda que matematicamente resta-lhe uma chance. Trata-se, porém, de uma chance muitíssimo pequena. Quase impossível de obtê-la em um processo demorado e cansativo. Deste processo de impeachment, duas situações devem ser consideradas.
Situações que devem ser consideradas. Independentemente de qual lado o (e) leitor esteja ou possa estar. A primeira destas situações, vale dizer, é o reforço da obrigatoriedade do governo Michel Temer, bem como de todos os demais governos que virão, em sempre ter maioria no Congresso Nacional.
A Câmara Federal e o Senado, portanto, se fortalecem. Fortalecimento que se repetirá nas legislaturas que virão, independentemente de suas constituições vindouras. Mas esta obrigatoriedade do governo em ter maioria sempre, resulta em desconforto para a população. Isto porque as causas populares, que deveriam ser prioridades, serão bem mais ignoradas em função dos interesses do governo e das vontades dos congressistas. O que reforça a institucionalização do toma lá, dá cá. Reafirmando assim o Parlamento na condição de um balcão de negócio, e com a sua própria moeda de troca entre o governo e o Congresso Nacional.
Quadro este bastante claro também agora. Ou algum (e) leitor ainda tem dúvida a respeito da razão que levou parte considerável dos senadores, e antes desta a dos deputados federais, a votar pelo impeachment? Certamente não foi, e não será pelo amor cívico - tão defendido por Montesquieu, em ‘Do Espírito das Leis’. Não foi, nem será o amor pela República, que este mesmo filósofo o chamou de virtude no Estado político. A ‘virtude política’, no dizer dele, é a mola capaz de mover o governo republicano. E só a possui quem ‘ama as leis de seu país, e age pelo amor a tais leis’, bem como ‘a igualdade’ - chama a atenção ainda este autor. Não foi e nem será, portanto, igualmente o amor pelo país que levou e levará parte dos senadores a votar a favor do impeachment.
O (e) leitor, por certo, sabe a razão ou o porquê dos votos.Já a segunda situação é de que o quadro complicado da economia brasileira dificultou, e dificulta o retorno da petista ao poder. A situação está tão ruim, com o descontrole da inflação e o crescimento pífio da economia, que coloca no mesmo lado, curiosamente, trabalhadores e empresários contra a presidente afastada. Contudo, é preciso reafirmar: ocorreram sim os crimes de responsabilidades. Estes crimes, claro, que fundamentam o pedido de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff. Mas é o quadro complicado da economia que a afastou, e irá derrubá-la. É isto.
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