Jair Donato
MORREU DE QUÊ?
Tanto no ambiente organizacional como no meio social, são muitas oportunidades perdidas, doenças geradas, ressentimentos acumulados, tudo por falta de expressão. Veem-se muitos profissionais que ocupam cargos de liderança, no entanto com baixo grau de assertividade. São aqueles que dizem ‘não’ quando tudo o que queriam era dizer ‘sim’, e vice versa. Esse é um comportamento nada saudável para o corpo, nem para as emoções.
A expressabilidade no cotidiano através do diálogo e dos sentimentos, alegres ou tristes, assim como clareza e objetividade na comunicação, previne uma série de doenças que se originam no campo emocional por um processo denominado somatização, quando são reprimidos sentimentos, pois ficam acumulados. Aquele que se reprime por medo de desagradar, ofende a si mesmo. Se não diz o que pensa, não se porta, nem ocupa o próprio espaço e apenas cede, carregando-se de frustrações internas, torna-se ‘bom’ perante os outros e mal para si mesmo. Isso é o que mostra uma série de estudos na área da medicina psicossomática, que apresenta a relação entre a qualidade das emoções e as doenças no corpo.
Há um relato elucidante de que certa vez foram o velhinho e a velhinha ao cemitério, após viverem 65 anos de casamento, para comprarem dois túmulos. Ao escolherem o local onde seriam enterrados após a morte, o velhinho disse à esposa: “Olha, se eu morrer primeiro, por favor, me enterre do lado esquerdo”. Sem entender, retrucou a velhinha: “Esquerdo? Mas você sempre dormiu do lado direito?” Ao que ele respondeu: “É verdade, eu sempre dormi do lado direito, mas eu gostava mesmo era do esquerdo”.
Isso é apenas uma historinha? Nada, é uma representação de muitos relacionamentos, na família ou dentro das empresas. Quantas pessoas convivem no mesmo teto, no mesmo ambiente, no mesmo trabalho e um não sabe o que esperar do outro por falta de expressão. Quantos se magoam por mensagens subentendidas, pois um acha que o outro sabe o que deve ser feito e leva a vida mais na interpretação do que em fatos.
Pensa numa equipe cujos colaboradores não sabem o que esperar do líder e ele também nunca sabe o que esperar da equipe por falta de dirimir dúvidas, praticar feedback, alinhar objetivos, crenças e valores. Essa proporção é a mesma, seja na empresa, em casa, ou na vida pessoal.
Então, expressar-se é crucial para que você não corra o risco de ter um epitáfio na lápide do túmulo, assim: “Morreu de que? Se sufocou pelas palavras que nunca disse”. Talvez o mais adequado seja dizer sim, se for sim, ou não se for o melhor, sem perder a naturalidade. Isso pode fazer você viver mais, ou mais importante do que isso, viver melhor.
Jair Donato - Jornalista em Cuiabá, professor universitário, palestrante, consultor e especialista em Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida. E-mail: [email protected]
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