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O Brasil permanece na vice-liderança mundial de assassinatos de ativistas ambientais, apesar da queda no número de mortes em 2023. O relatório da ONG Global Witness, divulgado em 10 de setembro, revelou que, no ano passado, pelo menos 196 defensores da terra e do meio ambiente foram assassinados globalmente. A Colômbia lidera o ranking com 79 mortes, seguida pelo Brasil, com 25. A América Latina continua sendo a região mais perigosa para esses ativistas, concentrando 85% dos casos de violência registrados.
O levantamento aponta que, embora o número de assassinatos no Brasil tenha caído de 34 para 25 em relação a 2022, a violência contra defensores ambientais continua alarmante. A Comissão Pastoral da Terra (CPT), que forneceu dados para o estudo, destaca que a concentração fundiária e a falta de reconhecimento de territórios indígenas e quilombolas são fatores que contribuem para os conflitos. Líderes como Mãe Bernadete, quilombola assassinada na Bahia, e membros do povo Guarani Kaiowá, mortos em Mato Grosso do Sul, são exemplos dessa violência constante.
Para enfrentar essa crise, o Acordo de Escazú, tratado ambiental assinado em 2018 por países da América Latina e Caribe, surge como uma importante ferramenta. No entanto, o Brasil ainda não ratificou o acordo, o que limita sua eficácia no país. A responsabilização de empresas envolvidas em atividades predatórias é outra recomendação do relatório. A pressão internacional e o monitoramento são apontados como fundamentais para reverter o cenário de violência e garantir maior proteção aos defensores ambientais.
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