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Com Assessoria
A presidente da Academia Brasileira de Belas Artes, Vera Gonzalez, lamentou a morte do artista plástico Sebastião Mendes, ocorrida nesta quinta-feira (08), vítima de um mal súbito. A fatalidade aconteceu em seu sítio, localizado na região de Taquaral, em Cáceres, no momento em que tentava combater um incêndio em sua propriedade.
“Sebastião era magnífico. Criou seu estilo próprio, cujo reconhecimento ganhou o mundo. Desejamos aos familiares e amigos nossas condolências nesse momento de dor. Tenho certeza de que, a partir de hoje, o céu está ficando cada vez mais bonito e colorido, com sua presença”, lamentou Vera.
O imortal Sebastião Mendes ocupava a cadeira de número três da Academia Brasileira de Belas Artes desde 2007, por onde passaram grandes artistas como Cândido Portinari, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, sendo esta última sua grande inspiração e influenciadora. Ele foi o sétimo ocupante da cadeira, tendo como patrono Milton da Costa, pintor, desenhista e ilustrador.
Mendes é considerado pelos críticos de arte como um dos principais nomes do Expressionismo Figurativo do país. O artista caracteriza-se pela abordagem do cotidiano bucólico, interiorano, ao retratar sua raiz pantaneira, com traços que chamam a atenção pela sobreposição de cores, luminosidade e leveza. Foi defendendo Pantanal - sua grande fonte de inspiração – de um incêndio, que Sebastião sucumbiu.
A dor da perda também foi fortemente sentida pela curadora e marchand de Sebastião, Sandra Setti. “Ainda estou sob o choque da notícia. Meu coração está profundamente machucado. Sebastião era meu amigo e companheiro de 20 anos de projetos e exposições. Lamento muito por nossa perda”, disse.
Cacerense, Sebastião morava há cerca de quatro anos em Assis, no interior de São Paulo. Há cerca de quatro meses, estava em Cáceres, passando uma temporada e produzindo diversas obras. Antes da pandemia, estava se programando para expor suas telas em Firenze, na Itália, Cascais, Portugal e Pequim, na China, neste ano.
Sua última exposição foi realizada em novembro do ano passado, denominada ‘Brasilidades’, no Memorial Adélio Sarro, em Vinhedo (SP). A abertura contou com a apresentação do cantor de rock e folk rock nacional, Silvio Brito, fã e amigo pessoal de Sebastião Mendes. Em abril apresentou seu trabalho no Museu de Arte Primitiva de Assis, interior de São Paulo.
Autodidata, começou a desenhar e pintar aos oito anos de idade. Iniciou seus traços com carvão nas paredes de tábua de sua casa e, com gravetos, riscava seus desenhos no chão do quintal. Foi o olhar do Frei Matheus que identificou nele o potencial nato para a arte, incentivando-o a aperfeiçoar-se.
Aos 16 anos participou de sua primeira exposição coletiva e, em 1995, começou a expor seus trabalhos pela Europa, passando por países como Alemanha, Portugal, Itália, França, Bélgica, Espanha, Suíca, dentre outros. Possui colecionadores em vários países, como Japão, Russia e Estados Unidos. Sebastião faleceu aos 54 anos. Mas deixa um legado de uma vida inteira dedicada às artes plásticas.
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