Por Suelen Alencar/ Única News
(Foto: Força Aérea Brasileira/Divulgação)

O Ministério Público Federal, firmou na última sexta (17), o acordo para o pagamento de indenização de R$ 4 milhões por danos ambientais da empresa Gol Linhas Aéreas para índios da etnia M?bêngôkre Kayapó da Terra Indígena Capoto Jarina. A decisão é devido aos danos materiais e imateriais decorrentes da queda de um avião da companhia na região, em setembro de 2006.
O acordo só foi resolvido após intervenção do MPF e a realização de uma série de reuniões entre lideranças indígenas e representantes da empresa, intermediadas pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do órgão.
O acidente com o avião da Gol, voo 1907 de Manaus ao Rio de Janeiro caiu após se chocar com um jato Legacy que estava na mesma rota, mas para os Estados Unidos. No acidente 154 pessoas morreram, entre passageiros e tripulantes o que resultou no processo criminal do piloto e co-piloto do Legacy americano.
Depois do acidente a terra próxima ao local se tornou improdutiva, já que segundo as tradições culturais Kayapó o local tornou-se 'casa dos espirítos'. “Naquele lugar nós não vamos caçar, não vamos fazer roça, não vamos pescar. Nós respeitamos os espíritos que moram lá”, explicou o cacique Bedjai Txucarramãe.
Na época, os indigenas também solicitaram a retirada dos destroços do avião e mesmo com a abertura de inquérito civil público pelo MPF, a empresa alegou que a retirada dos destroços era inviável em razão dos custos e da logística necessária, bem como pelos danos ambientais que seriam causados com esse trabalho.
As tratativas do acordo extrajudicial duraram dois anos, agora o valor de R$ 4 milhões devem ser depositado em um prazo de 60 dias numa conta do Instituto Raoni, entidade sem fins lucrativos criada pelo cacique homônimo em 2001. Ela representa cerca de 2 mil índios que vivem na terra indígena, na região do baixo Xingu, entre Mato Grosso e Pará – o último censo do IBGE, de 2010, contou 1.004 pessoas vivendo no território, que tem 634 mil hectares. O Ministério Público Federal vai acompanhar a aplicação do dinheiro. (Com informações do MPF)
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