01 de Julho de 2025
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CIDADES Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2019, 10:06 - A | A

26 de Fevereiro de 2019, 10h:06 - A | A

CIDADES / DEPOIS DE REGISTRAR B.O

Mãe se revolta ao ver professora que agrediu filho em sala de aula

Claryssa Amorim
Única News



Depois de registrar boletim de ocorrência contra agressão ao filho há quatro meses, a mãe Thalyssa Amorim, de 31 anos, denunciou à Secretaria Estadual de Educação (Seduc) a permanência da professora que agrediu o filho, em sala de aula, na Creche Maria Eunice Duarte de Barros, em Cuiabá. Ela disse ao Única News que se sente "revoltada" pelo Estado não tomar providências. Segundo a mãe, o filho de 5 anos teve a boca cortada, após a professora o empurrar contra o colchão "obrigando-o" a dormir.

Thalyssa registrou boletim de ocorrência e denunciou o caso ao Conselho Tutelar do Estado, no dia 9 de outubro do ano passado. Na época, a Seduc informou que a professora tinha sido afastada da sala de aula e que estaria realizando outras atividades na unidade.

No entanto, ao levar o filho para a aula no início do ano letivo de 2019, Thalyssa percebeu que a professora não foi afastada. Além dela, outras três mães registraram boletins contra a gestão da creche.

Para Thalyssa, a Seduc manter uma professora, que está sendo investigada por agressão à alunos dentro da sala de aula, é negligência, pois preferiram manter uma professora com o "nome sujo" e demitir outras.

De acordo com um dos policiais da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), no caso da professora ser afastada da sala, a polícia não tem como intervir, pois o procedimento deve ser feito pela Seduc. No entanto, ele garante que o processo criminal contra a professora está correndo e, ainda em março, mãe e professora participarão de audiência de conciliação.

“Isso é um absurdo. É revoltante você chegar na escola e saber que a professora está na sala de aula com outros alunos. O meu filho não é mais da mesma turma que a dela, mas e as outras crianças vão ficar correndo perigo de passar pelo que ele passou? Isso é negligência da Seduc, do Estado, pois demitiram outros professores com ficha limpa e manterão logo a que está com um processo nas costas”, argumentou Thalyssa, temendo que a agressão volte a acontecer com outras crianças.

A Deddica confirmou os outros boletins registrados por mães contra a professora e informou que as crianças ainda serão ouvidas pela psicóloga da delegacia. Em seguida, serão tomadas as devidas providências cabíveis ao caso.

Thalyssa comenta que, na época, a coordenadora de creche “tentou tapar o sol com a peneira e passar a mão na cabeça da professora, dizendo que não foi intencional”.

Ela lembra que a coordenadora disse que chegou de ver as imagens pela câmera e admitiu que realmente viu a professora próxima ao aluno com a mão na cabeça dele, mas o vídeo não estava nítido e não conseguiu notar a velocidade do movimento. Já em um outro momento, a corrdenadora disse em uma conversa, que as câmeras da sala de aula estavam "estragadas" e não deu para ver direito, mas que tudo seria resolvido. A coordenadora ainda disse à mãe que deixasse o filho “quietinho” e parasse de perguntar sobre o ocorrido para que a psicóloga da creche conversar com ele.

Em nota, a Seduc informou que o caso está fase de investigação e, até que seja concluída, a Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (ADI) continuará atuando em suas atividades.

Entenda o caso

Conforme o boletim de ocorrência, a criança chegou em casa e relatou o ocorrido com a professora após o horário de almoço, momento em que as crianças deitam para dormir. O aluno não aceitou dormir e a professora teria empurrado a cabeça dele no colchão, causando um corte na boca.

Na época, a coordenadora disse à mãe ainda que aplicaria uma advertência contra a professora e iria pegar as imagens da câmera para verificar o ato.

Depois de três dias, foi realizada na creche uma “Festa do Pijama”, em que a Thalyssa relata que pegou o celular para ver algumas fotos e olhar a participação do filho no evento. No entanto, achou estranho o comportamento do filho, após ele dizer que não queria que ela visse a sua professora nas imagens para depois não brigar com ela.

A mãe informou que o filho vai fazer dois anos na creche e não tem nada a reclamar, pois possui alimentação saudável, acompanhamento com psicóloga, nutricionista e alfabetização. Porém, disse que espera uma atitude da Justiça e da Seduc para resolver a situação e que o caso seja resolvido sem causar traumas psicológicos, já que o filho tem demonstrado atitudes “estranhas”, segundo ela.

“Chorei escondido do meu filho, porque ele me disse que não chorou na frente da professora e, quando deitou no seu colchão, caiu uma lágrima escondido. Uma mãe saber que seu filho poderia ter sofrido uma agressão, dói muito. Meu coração está em mil pedaços, pois os pais deixam as crianças na creche, confiantes que serão bem tratados, e acontece isso”, argumentou Thalyssa.

Leia a nota na íntegra:

Sobre a servidora da Creche Maria Eunice, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa:

O caso está em fase de diligências (investigação). O procedimento ainda não foi instaurado. Ao final das diligências, será confirmado o que ocorreu e se teve a participação ou não da servidora.

Finalizando essa etapa, os autos vão para a Controladoria Geral do Estado (CGE) que vai fazer um parecer de admissibilidade ou não. Esse parecer, caso favorável à admissibilidade, vai indicar qual o procedimento a ser tomado.

Pode ser um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) ou uma sindicância. Enquanto isso não ocorrer, a Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (ADI) continua atuando nas suas atividades.

Para o ano letivo de 2019, a ADI fez inscrição e contagem de pontos pelo Processo de Atribuição Simplificado (PAS) que é público e transparente. Os candidatos submetidos ao PAS passam por diversas etapas até serem aptos para o contrato temporário.

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Pai 26/02/2019

É muito triste ver a conivência da equipe gestora com uma pessoa que agride os nossos filhos.

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