Euziany Teodoro
Única News
Pequenos empresários e comerciantes autônomos começam a sofrer as consequências da pandemia de Coronavírus em Mato Grosso.
Com poucas pessoas nas ruas devido ao isolamento voluntário, assim como eventos públicos e privados cancelados, horários de shopping reduzidos e várias outras medidas, as perdas financeiras são inevitáveis.
Nayara Pacheco é microempreendedora e tem uma pequena fábrica de sucos naturais. Ela vende os produtos em feiras de condomínios e também de órgãos públicos, como o Bulixo, que ocorre todas as quintas-feiras no Sesc Arsenal, em Cuiabá.
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As microempreendedoras Nayara Pacheco e Kamila Batista
Nos últimos dias, todas as feiras foram canceladas e não teve acordo com os clientes. Lanchonetes e restaurantes também cancelaram as encomendas, assim como fornecedores.
“Queríamos fazer uma feira com sistema de delivery, mas os clientes não querem arriscar. Sugerimos também fazer sem mesas, pra reduzir o contato, mas não quiseram. Está bem tenso pra nós”, conta.
“O que a gente percebe é que as pessoas estão em pânico. Não querem descer dentro do próprio condomínio para as feirinhas. Nos próximos quinze dias não vai ter nenhuma feira, porque as pessoas não querem contato com ninguém. A forma da gente ter dinheiro na conta é essa. Até onde sei, não existe feirante com dinheiro guardado”, afirmou Kamila Batista, sócia de Nayara.
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Rafaelly Moares e a mãe, Marggoh
Rafaelly Moraes é dona, ao lado da mãe, de uma pequena loja de bijouterias finas no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá. Com dois funcionários na folha de pagamento, ela também já percebeu o movimento bem mais baixo e tem adotado outras medidas para garantir o sustento no fim do mês.
“Como ontem teve clientes na loja, não me preocupei muito, mas hoje, com as notícias e essa diminuição de pessoas nas ruas, logo me preocupei. Hoje teve redução significante do fluxo na loja e vou intensificar minha propaganda sobre delivery, que já fazemos. Desde segunda colocamos mais vidros de álcool em gel na loja e evitamos os abraços e beijos, como de costume, aqui na loja”, conta.
“Estou preocupada, muito preocupada, pois temos funcionários para pagar final do mês. Contas e mais contas”, conclui.
Medidas do poder público
O Governo Federal anunciou um auxílio mensal de R$ 200 aos profissionais autônomos durante a crise. No entanto, a medida só pode ser tomada após aprovação de estado de calamidade pública no país, que está no Congresso Nacional.
A medida, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, está dentro de um pacote de R$ 15 bilhões voltado para "populações desassistidas".
"Isso assegura manutenção de quem está sendo vítima do impacto econômico. Não recebem nada de ninguém, é uma turma valente sobrevivendo sem ajuda do Estado e são atingidos agora. Precisam ter recursos para a manutenção básica. Serão 5 bilhões por mês, por três meses", declarou o ministro.
Em Mato Grosso, o Governo do Estado ainda não anunciou nenhuma medida especifica para esse público. A Prefeitura de Cuiabá também não determinou nenhuma medida, mas afirma que ainda está se enquadrando à nova realidade.
“Por se tratar de uma situação recente na Capital, o Município ainda está, gradativamente, estudando medidas para todos os setores. Na área econômica, o Comitê de Enfrentamento, criado pelo decreto nº 7.839/2020, também irá debater de que forma o Executivo pode atuar. O decreto pode ser ampliado, conforme a necessidade observada, assim como já ocorreu com a área da Educação”, afirma nota enviada à reportagem.
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