Daffiny Delgado
(Foto: Única News)

A servidora do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) Catherine Matos, afirmou na tarde desta terça-feira (31), que foi torturada e agredida pelos policiais militares que a prenderam, durante uma manifestação dos servidores da categoria, na frente do Palácio Paiaguás. Além de Catherine, mais dois colegas estiveram presos na Central de Flagrantes da capital, durante ação truculenta na manhã de hoje.
"Eu fui torturada. Eles me bateram dentro da viatura, me algemaram. Eu estou toda machucada. Eles fizeram uma espécie de câmara de gás dentro do camburão da polícia. Ao invés de me levarem direto para a delegacia, eles me prenderam por quase duas horas dentro da Casa Civil. Me expondo daquela forma, pior que um animal. Foi tortura o que o Governo do Estado está fazendo junto com a Polícia Militar", desabafou.
Cerca de 50 servidores do Detran se reuniam para uma manifestação na porta do Palácio, nesta manhã, na tentativa de conseguir uma agenda com o Executivo para uma negociação para pôr fim à greve que já chega a dois meses.
No entanto, ao chegarem no local foram impedidos de entrarem no órgão público. Com o intuito de pressionar, os servidores trancaram as ruas que passam na porta do Palácio, o que causou toda a confusão. Utilizando de força bruta, os policiais militares que recebiam ordens de seus comandantes, foram autorizados a fazer a retirada dos manifestantes, para que eles não interditassem as vias públicas.
Com isso, alguns policiais acabaram se excedendo, jogaram gás de pimenta e com muita truculência, acabaram prendendo três servidores. Na delegacia, os servidores assinaram um termo circunstanciado de ocorrência.
Conforme o Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran), os servidores presos passarão por exames de corpo de delito para que medidas sejam solicitadas à Corregedoria da Polícia Militar e à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
Em coletiva de imprensa concedida pelo sindicato juntamente com o deputado Alan Kardec, o parlamentar destacou que o trabalho da Polícia Militar é de garantir a segurança e ordem pública. “E não de bater em servidor, não tem bandido aqui, ninguém foi para cima da polícia, ninguém jogou pedra na polícia, e ninguém atacou a polícia. A polícia tem que reagir em ações assim, onde são atacados”, disse.
O parlamentar afirmou que a mulher estava sentada na cederia quando ela recebeu um “mata leão” e foi arrastada. “Então não há dúvidas que houve excesso, que houve despreparo, força excessiva e mais, quando colocou algema no cidadão e colocou no camburão, imediatamente tem que ser levado para o Cisc Planalto", disse.
Conforme o advogado do Sinetran, Bruno Alvares, os servidores presos passarão por uma audiência para ser apurado o caso. Corre no juizado especial criminal, por ser um crime de menor potencial. Para que o sindicato possa comprovar que os servidores e nem por parte do sindicato que não houve nenhuma ação que justificasse o uso excessivo de força.
“O delegado vai encaminhar o procedimento para a corregedoria da Polícia Militar, os servidores foram encaminhados para o IML, mas ainda não conseguiram fazer o exame por falta de sistema no órgão. Nós vamos processar o estado contra todo o constrangimento e agressões sofridos pelos servidores. Além de abrir um procedimento administrativo contra os policiais envolvidos na ação”.
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