27 de Maio de 2025
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COMPORTAMENTO Sábado, 24 de Maio de 2025, 10:30 - A | A

24 de Maio de 2025, 10h:30 - A | A

COMPORTAMENTO / PESQUISA GLOBAL

Estudo indica que 17% das brasileiras sofreram violência sexual antes dos 18 anos

Especialistas utilizaram dados de 204 países, coletados a partir de diferentes pesquisas anteriores

Arthur Almeira
Revista Galileu



Uma equipe da Universidade de Washington, nos EUA, fez um levantamento global inédito sobre a ocorrência de abuso sexual em mulheres em 204 países, para entender como a probabilidade de sofrer casos do tipo varia com a idade.

A pesquisa concluiu que, em todo o mundo, quase uma em cada cinco mulheres (18,9%) foi vítima de abuso sexual antes de completar 18 anos, número que é de um em cada sete (14,8%) entre homens. No Brasil, por exemplo, a recorrência do abuso com mulheres é de 17,7%, enquanto entre os homens a taxa gira em torno de 12,5%. Um artigo científico publicado na revista The Lancet na quarta-feira (7), descreve os dados em detalhes.

Diferenças regionais

Os índices encontrados para o Brasil (17,7% para mulheres e 12,5% para homens) são menores que as médias mundiais. Nos EUA, por exemplo, as estimativas para os assédios são de 27,5% (mulheres) e 16,1% (homens) e, no Reino Unido, de 24,4% (mulheres) e 16,5% (homens).

No geral, o levantamento ainda constatou que as taxas médias mais altas de violência sexual foram registradas no sul da Ásia para as mulheres, variando de 9,3% em Bangladesh a 30,8% na Índia. Por sua vez, a África Subsaariana apresentou as taxas mais altas entre os homens, variando de 7,9% no Zimbábue a 28,3% na Costa do Marfim.

Nesse contexto, no entanto, os autores destacam a dificuldade em distinguir os motivos por trás dessas variações nas taxas de violência sexual entre países e regiões. Em alguns casos, elas podem ser diferenças reais na incidência de um comportamento predatório de adultos. Já em outros, os números baixos podem ser simplesmente motivados por uma subnotificação dos episódios.

Os pesquisadores partiram dos resultados de dezenas de investigações anteriores, cujos dados se referem aos registros de casos entre 1990 e 2023. A partir daí, eles aplicaram cálculos de "regressão de processo gaussiano espaço-temporal" para quantificar os episódios em uma série completa e, assim, identificar a idade com a qual os jovens sofreram a violência pela primeira vez.

Importância do estudo

Em comunicado à imprensa, os autores responsáveis pelo projeto apontam que a violência sexual contra crianças e adolescentes é uma questão crítica de saúde pública e de direitos humanos. Sem a devida proteção e amparo, esses indivíduos estão sujeitos a enfrentar graves consequências a longo prazo.

Sobreviventes do assédio enfrentam riscos maiores, por exemplo, de desenvolver transtorno depressivo maior, ansiedade, dependência do uso de substâncias químicas e problemas de saúde de longo prazo (como asma e infecções sexualmente transmissíveis). Eles também estão mais vulneráveis a impactos indiretos, como dificuldades no desenvolvimento individual, o que pode limitar a obtenção de escolaridade e o sucesso econômico.

Acredita-se que as estimativas globais acerca do tema são importantes à medida que permitem criar esforços direcionados de prevenção e defesa. Apesar disso, os estudos existentes apresentam estimativas para um número limitado de países e são prejudicados pela escassez de dados e desafios de medição.

Os autores concluem que seus resultados destacam a necessidade de desenvolver uma vigilância de rotina dos menores de idade e de os sistemas de saúde e as sociedades criarem mais serviços para apoiar os sobreviventes de abusos pelo resto de suas vidas. Eles pedem ainda que as organizações governamentais destinem mais recursos para criar infâncias livres de violência.

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