Cuiabá, 18 de Maio de 2024

COMPORTAMENTO Sábado, 06 de Abril de 2024, 09:25 - A | A

06 de Abril de 2024, 09h:25 - A | A

COMPORTAMENTO / CORPOS PEQUENOS, CÉREBROS GRANDES

Por que o álcool é tão perigoso para o cérebro dos jovens

Pesquisas científicas vêm desmentindo antigas crenças sobre o consumo de álcool pelos jovens.



Completei 18 anos um dia antes de sair de casa para cursar a universidade.

Convenientemente, atingi o limite legal para poder comprar bebidas alcoólicas no Reino Unido bem a tempo de visitar os bares e pubs estudantis.

Na minha primeira consulta perto da casa nova, a médica perguntou quantas unidades de álcool eu bebia por semana.

É uma forma comum de avaliar o consumo de álcool aqui no Reino Unido – 1,5 unidade equivale a cerca de uma taça pequena de vinho.

"Cerca de sete", respondi, calculando rapidamente algumas discretas doses de vodca com suco de laranja que eu tomava quando saía à noite com os amigos do tempo de escola. Achei que fosse pouco e nunca fui muito de desrespeitar as regras. 

"Isso vai aumentar, agora que você está aqui", respondeu a médica, com um sorriso seco.

Ela não estava errada. Em algumas semanas, eu estava alegremente esvaziando uma garrafa de vinho antes de alinhar shots no bar dos estudantes.

Eu sabia que beber demais poderia causar prejuízos para o resto da vida, mas não imaginava que minha juventude aumentasse esse perigo, em comparação com pessoas com 30, 40 ou 50 anos. Eu pensava que os riscos seriam certamente os mesmos para todos os adultos.

Se eu soubesse o que sei agora sobre como o álcool pode afetar o cérebro dos jovens adultos, eu teria sido um pouco mais cauteloso.

Aos 18 anos, meu cérebro ainda estava se transformando e só atingiria a maturidade pelo menos sete anos depois. Este processo altera a forma como reagimos ao álcool – e beber nesse período crítico pode ter consequências de longo prazo para o nosso desenvolvimento cognitivo.

Conversando com pesquisadores sobre os impactos do álcool sobre os jovens, fui também surpreendido por muitas outras descobertas.

Pesquisas em todo o mundo começam a desmentir uma série de conceitos comuns sobre a idade e o álcool, como a ideia de que a cultura da bebida na Europa continental é mais saudável do que no Reino Unido ou nos EUA. Ou que permitir que os jovens bebam em casa com as refeições ensina a eles o consumo responsável do álcool. 

Decidir se as novas descobertas científicas devem ou não alterar nossas leis atuais sobre a bebida é uma questão política complexa. Mas o maior conhecimento dos fatos pode, pelo menos, permitir que as gerações futuras tomem decisões mais informadas sobre suas formas de confraternização – e podem ajudar os pais a decidir como lidar com o álcool dentro de casa.

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