Cuiabá, 26 de Abril de 2024

COMPORTAMENTO Quinta-feira, 07 de Maio de 2020, 11:54 - A | A

07 de Maio de 2020, 11h:54 - A | A

COMPORTAMENTO / FRAGILIDADE EMOCIONAL

Saiba lidar com os diversos tipos de luto que a pandemia provoca

A perda de vidas, empregos e até da rotina transformou a Covid-19 numa crise psicológica

G1



A Associação Americana de Psicologia reuniu em seu site um amplo material de apoio para os profissionais que têm o desafio de atender a pacientes num estado de fragilidade emocional por causa novo coronavírus. O luto é um dos temas de destaque, uma vez que a pandemia subverteu os rituais que ajudavam a lidar com as perdas. Para a doutora Sherry Cormier, a Covid-19 não é somente uma crise epidemiológica, mas também psicológica: “temos que começar reconhecendo que nos encontramos no meio de um processo de sofrimento coletivo. Todos estamos perdendo algo”.

Ela afirma que, além da perda de entes queridos, ou do emprego, assistimos à destruição de algo maior: “vemos o sistema de saúde, a rede de ensino e a economia, ou seja, toda a estrutura da qual dependemos, se desestabilizando”. A rotina é uma âncora para nossas vidas, mas foi virada do avesso. Como lidar com o abalo na previsibilidade que norteava o dia a dia? Para Robert Neimeyer, professor da Universidade de Memphis, “perdemos nosso senso de controle e de justiça, nossa crença de que somos capazes de proteger nossas crianças e idosos”.

A morte está associada ao luto mais trágico e a supressão dos rituais que trariam alento às pessoas, como velórios e enterros com a presença de parentes e amigos, tem um enorme impacto na saúde mental. Para o doutor Neimeyer, mesmo os dias ou horas que antecedem a morte têm grande relevância no processo de elaboração da perda: “é quando podemos fazer uma visita, segurar a mão do ente querido, pedir perdão ou perdoar. São maneiras de suavizar o golpe”.

No entanto, o distanciamento social impede qualquer oportunidade de conexão, o que pode levar a um quadro conhecido como síndrome do luto prolongado. Embora não seja possível fixar prazos para superar a dor, no chamado luto complicado, todos os pensamentos da pessoa estão relacionados à perda e ela não consegue realizar nem mesmo as atividades costumeiras. Trata-se de um comportamento persistente, que se estende por um longo período. A psicóloga Sherry Cormier afirma que é fundamental nomear a dor: “escrever ou manter um diário ajuda bastante, assim como buscar o apoio de amigos e familiares. O isolamento não pode se transformar em erosão do suporte social. Só assim conseguiremos resgatar a confiança nos dias futuros”.

 

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