Do G1 Ribeirão e Franca

O empresário Marcelo Plastino, investigado pela Operação Sevandija e acusado de pagar propina a vereadores e a funcionários do alto escalão da Prefeitura de Ribeirão Preto (SP), morreu na noite desta sexta-feira (25). Segundo informações das Polícias Militar e Civil, Plastino atirou contra a própria cabeça. Ele se matou dentro do apartamento onde morava, no bairro Jardim Botânico, zona sul da cidade.
O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto. Ainda de acordo com a polícia, diante da ameaça de suicídio, um médico, um advogado e uma equipe do Corpo de Bombeiros foram chamados pela família do empresário para tentar negociar sua desistência, mas não foi possível evitar que ele efetuasse o disparo.
A arma utilizada, segundo as primeiras informações apuradas pelo delegado Haroldo Chaud, não era do empresário. "A porta foi arrombada pelo Corpo de Bombeiros e realmente ela estava trancada por dentro e a vítima apresentava um disparo fatal na região temporal", afirmou.
Platino estava em liberdade desde o início de outubro, quando conseguiu um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele havia sido preso em setembro durante a primeira fase da Operação Sevandija, que apura fraudes em contratos de licitações de R$ 203 milhões da prefeitura.
Segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, a empresa dele, a Atmosphera, foi usada como cabide de empregos de vereadores da base aliada do governo Dárcy Vera (PSD), que em troca deveriam apoiar os projetos de interesse do Executivo na Câmara. Segundo as investigações, ele marcava cafés com vereadores para articular o esquema.
Um dos advogados de Plastino, Alamiro Velludo Salvador Netto se disse surpreso e triste pelo fato. Ele confirmou que esteve com o empresário na última terça-feira (22) e que seu cliente não aparentava sinais de desespero.

Empresário tinha depressão, diz polícia
Marcelo Plastino foi encontrado morto por volta das 21h dentro da banheira de sua suíte. De acordo com o delegado, a namorada dele, única pessoa dentro do apartamento no momento dos fatos, afirmou que o empresário havia anunciado reiteradas vezes que tinha a intenção de cometer suicídio.
Segundo a versão dela, Plastino tomava medicamentos para depressão e vinha sendo acompanhado por um psiquiatra. "Ele dizia que iria tirar a própria vida, que estava determinado a isso", disse Chaud.
A testemunha disse à polícia que o empresário se trancou no quarto depois de mencionar que iria se matar. Ela ainda chamou o psiquiatra e o advogado dele para tentar convencê-lo a abrir a porta.
"Pelo que ela nos conta, ele se trancou num quarto e não foi ouvido nenhum estampido de arma de fogo, mas ela passou a ficar preocupada, porque teve um dia bastante agitado. Ele havia já mencionado tirar a própria vida, portanto ela ficou muito desesperada, chamou outras pessoas, psiquiatra e advogado, até que a polícia foi acionada e constatou que ele estava trancado dentro do quarto e não respondia aos chamados."
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"A porta foi arrombada pelo Corpo de Bombeiros e realmente ela estava trancada por dentro e a vítima apresentava um disparo fatal na região temporal" Haroldo Chaud, delegado em Ribeirão Preto
A arma que teria sido usada, segundo ele, não era do empresário. "Aparentemente não possui registro em casa, ela [a namorada] desconhecia a existência dessa arma", afirmou o delegado.
A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte, mas segundo o delegado, as principais provas colhidas inicialmente reforçam que Plastino cometeu suicídio.
Equipamentos eletrônicos pertencentes a Plastino, como telefone celular, computador e tablet, foram apreendidos. Os agentes também aguardam resultados do exame residuográfico e da perícia sobre a trajetória do tiro que matou o empresário e vão ouvir pessoas que encontraram Plastino antes de sua morte. Os nomes não foram revelados.
"A princípio até pelo fato de ele estar trancado sozinho dentro de um quarto protegido é indicativo de que a ação foi solitária."

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