Ari Miranda
Única News
Em decisão assinada pelo desembargador Marcos Machado, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou que mais de R$ 150 mil apreendidos na casa do deputado estadual Dilmar Dal Bosco (UB) sejam destinados à Casa de Apoio do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan-MT), administrado pela Igreja Presbiteriana de Cuiabá.
O valor de R$ 150.650 foi apreendido dentro de uma caixa de sapatos na casa do parlamentar, durante a Operação Rota Final, deflagrada em 2021 pela Polícia Civil, que investigou um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação do setor de transporte coletivo rodoviário intermunicipal no estado.
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Na decisão, o desembargador determinou que o dinheiro apreendido seja destinado à entidade beneficente, administrada pela Igreja Presbiteriana de Cuiabá, após formalização de um Acordo de Não-Persecução Penal entre o Ministério Público de Mato Grosso e o deputado, que abriu mão do valor.
“Diante do adimplemento da obrigação noticiado pela Defesa [transferência de R$60.000,00 para a instituição beneficiada], o valor remanescente de R$150.650,00, apreendido durante cumprimento de mandado de busca e apreensão e depositado na conta única deste Tribunal, deve ser destinado à Casa de Apoio do Hospital do Câncer, obra administrada pela Igreja Presbiteriana de Cuiabá”, determinou o tribunal.
Além de Dilmar, também foi alvo da operação o ex-deputado Pedro Inácio Wiegert, o “Pedro Satélite”, que foi excluído da ação após seu falecimento, em 5 de janeiro do ano passado, vítima de um câncer no pâncreas.
O ESQUEMA
Conforme as investigações, os integrantes da organização criminosa, dentre outras ações, compraram um Decreto Estadual que buscou prorrogar até 2031 as concessões precárias que detinham as empresas ligadas ao grupo; ofereceram e, efetivamente, concederam vantagens indevidas aos deputados estaduais, que eram relator e presidente da Comissão Especial de Transportes da Assembleia Legislativa (ALMT).
Além disso, os membros do esquema teriam se utilizado, inclusive, de outras pessoas (físicas e jurídicas) para repassarem, “dinheiro sujo” a terceiros, oferecendo e, efetivamente, entregando “propina” a um diretor da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado (Ager/MT).
Os denunciados também se utilizaram de terceiros para, por meio de ajuizamento de ações judiciais temerárias, buscar “frear” o procedimento licitatório; produziram “estudos” fraudulentos/inverídicos para tentarem demonstrar a inviabilidade do novo Sistema de Transporte Intermunicipal de MT.
Para a trama, os envolvidos no esquema contaram com a colaboração de servidores da AGER, que agiram impondo entraves administrativos contra uma nova concessionária que havia vencido a concorrência relativa a dois lotes do novo Sistema de Transporte e pagaram para que as vencedoras da Concorrência Pública não assinassem os respectivos Contratos de Concessão com o Estado de Mato Grosso.
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