Cuiabá, 08 de Setembro de 2024

JUDICIÁRIO Quinta-feira, 08 de Agosto de 2024, 10:55 - A | A

08 de Agosto de 2024, 10h:55 - A | A

JUDICIÁRIO / APITO FINAL

Juiz solta irmão e sogra de tesoureiro do CV presos em operação; líder do esquema seguirá preso

Na mesma decisão, juiz soltou outros cinco indiciados na operação e manteve a prisão do líder do esquema e sua esposa.

Ari Miranda
Única News



Em decisão proferida nesta quarta-feira (7), o juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, concedeu liberdade a sete pessoas presas durante a deflagração da Operação “Apito Final” em abril deste ano.

Entre os que foram libertos, estão Fagner Farias Paelo e Maria Aparecida Coluna Almeida, irmão e sogra do líder do esquema, Paulo Witer Farias Paelo, o “WT”, apontado pelas investigações como tesoureiro da facção criminosa Comando Vermelho no estado.

Coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), a investigação apurou um esquema de lavagem de dinheiro da facção orquestrado por “WT” na região do bairro Jardim Florianópolis, na Capital.

RELEMBRE:

- Operação prende faccionados que movimentaram R$ 65 milhões em ações criminosas

- Organização criminosa usava times de futebol amador para lavar dinheiro do tráfico; veja quem são os alvos

- Supermercado de Várzea Grande "lavou" R$ 17 milhões para grupo criminoso em 2 anos

Além da mãe e sogra do líder do grupo, também foram beneficiados na mesma decisão os indiciados Alex Junior Santos Alencar, conhecido como "Soldado", Jeferson da Silva Sancoviche, Jean Marcel Neves Conrado, Emanuele Antônia da Silva e Andrew Nickolas Marques dos Santos.

Na decisão, o juiz destacou que a soltura se deu pelo fato dos investigados serem todos réus primários e não possuírem antecedentes criminais

“Em consultas aos sistemas SEC/TJMT, PJE/TJMT e SEEU/CNJ, verifica-se que os acusados são primários, não possuindo qualquer condenação criminal e, ainda, se encontram reclusos apenas pelo mandado de prisão oriundo da ação penal, objeto deste feito”, destacou o magistrado.

Consta ainda na decisão que para a soltura, os envolvidos deverão cumprir medidas cautelares, entre elas o comparecimento mensal em juízo para informar e justificar suas atividades, além da proibição de manter contato com os demais acusados ou realizar transações bancárias e a proibição de acessar ou frequentar bares ou boates para evitar o risco de novas infrações.

Na mesma decisão, o juiz João Filho de Almeida também expediu a manutenção da prisão do líder do esquema, Paulo Witer e sua esposa, Cristiane Patrícia Rosa Prins. Além deles, os indiciados Mayara Bruno Soares Trombim, Luiz Fernando da Silva Oliveira e Cleyton César Ferreira de Arruda também permanecerão presos.

O juiz citou que negou liberdade a WT pelo fato dele ser o tesoureiro geral do Comando Vermelho em MT, “sendo responsável pela contabilidade grupo e arrecadação de valores oriundos do tráfico de drogas na região da Morada da Serra”.

Em relação a Cristiane, Mayara, Luiz Fernando e Cleyton, o magistrado enfatizou que eles são acusados por "supostamente ocultarem e dissimularem a natureza, origem, movimentação e propriedade de bens e valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal, para organização criminosa Comando Vermelho, assim como por, em tese, integrarem a respectiva facção".

PJC/MT

Sede da GCCO 1.jpg

 

A OPERAÇÃO

Em uma investigação que durou quase dois anos, a GCCO apurou centenas de informações e análises financeiras que possibilitaram comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, o líder do esquema usou comparsas e familiares como “testas de ferro”, na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas.

A operação foi deflagrada no dia 2 de maio, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumprir 54 ordens judiciais, que resultaram na prisão de 20 alvos, entre eles o líder do grupo, identificado como tesoureiro da facção, além de responsável pelo tráfico de entorpecentes na região do Jardim Florianópolis.

No bairro, Witer montou uma base para difundir e promover a facção criminosa agindo também com assistencialismo por meio da doação de cestas básicas e participação em eventos esportivos na capital e em outros estados com seu time, o “Amigos do WT”.

A investigação da GCCO apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda a construção de um espaço esportivo pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3

Comente esta notícia