Christinny dos Santos
Única News
O subtenente da Polícia Militar, Elias Ribeiro da Silva, que matou o jovem Claudemir Sá Ribeiro, 26 anos, em um bar no município de Colniza, será transferido para o Batalhão de Operações Especiais da PMMT – BOPE. O criminoso foi preso na segunda-feira (24) e, em audiência de custódia, ficou definido que ele seria custodiado na Unidade Prisional Militar de Chapada dos Guimarães, no entanto, devido à superlotação, foi determinada sua transferência.
O crime aconteceu no domingo (23). Elias estava pagando cerveja para mulheres em um bar, quando uma delas revelou que Claudemir era seu ex-namorado. Em dado momento, ela saiu da mesa, cumprimentou a vítima e, posteriormente, deixou o local. Revoltado, o militar atirou e matou o rapaz. A cena foi registrada por uma câmera de monitoramento.
Em audiência de custódia o juiz Guilherme Leite Roriz, da Vara Única de Colniza, destacou que Elias deveria ficar detido na Cadeia Pública de Colniza, no entanto, devido à superlotação o magistrado entendeu que não há a possibilidade de garantia da integralidade física e psicológica do militar, conforme dever do Estado. Diante disso, ele foi encaminhado para a Unidade Prisional Militar de Chapada dos Guimarães.
Contudo, em nova decisão, o magistrado anunciou a inexistência de sala especial ou unidade militar compatível nas Comarcas de Colniza e Juína, além disso, a unidade prisional de Chapada também está em superlotação. Diante disso, a Portaria nº 11/CORREGPMMT/2018 prevê que “oficiais lotados em unidades de ensino, da inatividade ou à disposição de outros órgãos serão custodiados no Batalhão de Operações Especiais da PMMT – BOPE”.
“Ademais, conforme o art. 1º, X, da referida portaria, cabe aos comandantes das unidades policiais militares prover local adequado para custódia, observando o regimento interno. Não obstante, constatada a inexistência de instalações compatíveis nas cidades mencionadas, é legítima a excepcionalidade da transferência para unidade capaz de garantir a custódia nos termos legais”, diz trecho do documento.
Portanto, até que haja vaga em unidade prisional compatível com a condição de Elias, ele permanecerá detido no sob custódia provisória no BOPE, em Cuiabá.
Já havia sido determinado também o cumprimento de mandado de busca e apreensão no endereço do militar com objetivo de apreender objetos necessários à prova de infração em posse dos suspeitos, objetos, instrumentos e produtos de crime, ou de qualquer coisa obtida por meio ilícito, em especial as armas de fogo, celulares e eletrônicos.
Para tanto, o magistrado determinou também a quebra de sigilo dos eletrônicos do militar. Todas às informações sobre históricos de chamadas (efetuadas e recebidas), data, local e tempo de duração das chamadas devem ser disponibilizado diretamente para o Delegado responsável no prazo de 15 dias.
Entenda
O subtenente estava “bancando” cervejas para algumas garotas no bar, quando, durante a conversa, uma delas revelou ser ex-namorada de Claudemir. Sentindo-se incomodado, o militar apontou para a vítima e afirmou que ele seria membro de uma facção criminosa, mas a mulher negou e os dois discutiram.
Então, a garota saiu da mesa e, quando retornou, cumprimentou o ex-namorado e depois foi embora para não ter que continuar a conversar Elias. Uma funcionária do bar relatou que o militar estava "com raiva" da vítima há algumas horas, justamente porque ele estava pagando cervejas para várias mulheres, que depois de um tempo saíram da mesa dele e foram se sentar com Claudemir e o irmão dele, então ameaçou matar a todos.
Em dado momento, Elias vai até a mesa de Claudemir e após uma breve conversa, saca a arma e atira à queima-roupa no peito do rapaz. A vítima tentou fugir, mas morreu ainda no local.
O militar, segundo o delegado de responsável pelo caso, Ronaldo Binoti Filho, criou uma história fantasiosa. Em seu depoimento, o diretor da escola disse que ao sair do banheiro foi abordado por alguém dizendo que o “disciplina” de uma facção criminosa, que seria Claudemir, queria falar com ele, pois o Elias estaria oprimindo “irmãos da facção” no colégio militar.
Durante uma discussão, Claudemir teria se levantado e feito menção a sacar uma arma, obrigando o militar a reagir, disse Elias em depoimento. A versão foi desmentida pelas testemunhas e também pela imagem da câmera de monitoramento.
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